0 desconhecimento sobre a Amazônia é histórico e se traduz em muitas iniciativas que, quando não frustradas economicamente, em muito prejudicam a sua rica biodiversidade. Nos preocupa que o Banco Mundial produza um relatório rico em superficialidade no trato com a região e especialmente sobre os resultados do maior projeto de desenvolvimento regional, que concilia conservação da natureza com geração de renda e emprego, a Zona Franca de Manaus (ZFM). Intitulado “Equilíbrio delicado para a Amazônia Legal Brasileira”, o documento assinado pelo economista líder e coordenador do relatório do Banco Mundial, Marek Hanusch, resume que o único caminho para a região está na atividade extrativista de subsistência, sustentada apenas por pequenos arranjos produtivos comunitários, uma possível exploração de fármacos, além do mercado de carbono, ainda incipiente em sua exploração, a partir de necessária regulamentação.
O texto da instituição financeira também tenta sugerir que a Amazônia ainda se sustenta na exploração degradadora do meio ambiente, com a extração madeireira sem manejo – como se a economia local se concentrasse nessa atividade do século XIX – e que a atividade regional se voltasse apenas para manter a floresta em pé.
Um discurso que tenta distorcer a realidade, carregado de desconhecimento, trata a atividade produtiva local como depredadora. Muito pelo contrário: a ZFM tem ajudado a manter a floresta em pé, que igualmente defendemos.
Esse documento é divulgado no momento em que o Congresso aprecia a necessária reforma tributária. É um momento delicado também para a ZFM, pois há necessidade da manutenção das garantias fiscais que têm servido para atração de investimentos.
É nefasta a sugestão de reduzir esses benefícios para o Amazonas e a região, como propõe o documento, ao sugerir que apenas a melhoria da logística será suficiente para o desenvolvimento local. É certo que a infraestrutura e a logística são vitais para reduzirmos o custo Amazonas, mas nunca poderão ser isolados, como sugere o documento.
O trabalho também é contra a mineração, como se novas tecnologias com baixo impacto ambiental não pudessem ser aplicadas na Amazônia, a exemplo do que hoje é feito na exploração de gás e óleo e, em um futuro próximo, na extração da silvinita para tornar o país autossuficiente em fertilizantes, apenas para citar alguns exemplos.
Não custa lembrar que o próprio Banco Mundial já alocou empréstimos para atividade agropecuária na região, o que aumentou o desmatamento, apenas para citar outro exemplo de medidas equivocadas. Aproveito para destacar o verdadeiro trabalho de muitos para a economia do Amazonas. Nesta sexta-feira, a FIEAM vai homenagear o empresário Frank Benzecry, como Industrial do Ano; Jorge Neves, o Microindustrial do Ano; a Recofarma Indústria do Amazonas, Empresa Exportadora do Ano de 2022 e o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, com a Medalha da Ordem do Mérito Industrial Moyses Israel.
Manaus, 16 de Maio de 2023
Antonio Silva
Presidente da FIEAM