Trinta e dois professores de escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) receberam hoje (5) certificado de formação em metodologia de robótica educacional na Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa. A experiência é fruto de parceria entre o Serviço Social da Indústria – Departamento Nacional e Regional Amazonas com a indústria Ardagh Metal Packaging (AMP) e a Semed.
Na ocasião, a superintendente do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, entregou kits de robótica às escolas participantes e aproveitou para anunciar que a parceria continua para capacitar mais professores da rede pública em robótica educacional e demais projetos, como missão dos 27 regionais do SESI em 2024. “Vamos estreitar cada vez mais essa relação SESI e escolas públicas, mantendo o intercâmbio do município e estado”, disse.
De acordo com Vasconcelos, o SESI tem a responsabilidade de alcançar o modelo de desenvolvimento industrial que as grandes, médias e pequenas indústrias criam aqui na nossa região, desenvolvendo projetos cada vez mais ousados. “Se eles fazem o papel de geração de emprego, de desenvolvimento, inovação, competência e sustentabilidade ambiental, a gente tem que correr para cada vez mais enriquecer o capital intelectual das nossas instituições. Não enxergamos outro caminho que não seja por meio da educação”, disse a superintendente.
Segundo o gerente de operações da Ardagh Metal Packaging, Bruno Langini, é muito interessante ver a garotada estudando robótica. “Nosso objetivo é formar dentro de casa as pessoas. É muito raro a gente buscar fora pessoas com experiência, isso acontece neste momento, com dois ou três, porque não conseguimos absorver todos os nossos estagiários técnicos. A demanda está maior do que nossa formação profissional”, revela.
Langini afirma que muitos dos alunos estudantes de escolas públicas trabalham em Dublin e em fábricas localizadas na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, e que a sua divisão na Europa vem para Manaus para aprender com os mais novos, de 20 e 22 anos, como fabricar as tampas produzidas na Ardagh.
“É um orgulho para nós e para vocês também que, de alguma forma, contribuem para esse crescimento, não só das pessoas, mas para a economia do Brasil, pois é uma fábrica extremamente produtiva e eficiente, e isso é graça a capacitação e formação de todos vocês”, completou.
Para o diretor de gestão educacional da Semed, Anézio Neto, é uma alegria saber que a Secretaria está contribuindo para que os alunos possam ter aula de robótica e, principalmente, utilizando o kit Spike (Essential LEGO Education), voltado para os alunos do Ensino Fundamental. “Mas isso só é possível porque cada um de nós, cada um de vocês se comprometeu em estar aqui hoje e em trabalhar em rede”, assinala o diretor, para acrescentar: “Em nome da secretária Dulce Almeida e da gestão do prefeito David Almeida, temos buscado avançar cada vez mais em relação à qualidade e aos processos educacionais”.
Entre as escolas participantes estava a Escola Indígena Municipal Aru Waimi, bilíngue, localizada à margem esquerda do rio Negro, em frente a Anavilhanas, há 60 quilômetros de distância da capital amazonense. Dentre os quatro professores participantes, Matheus José Santos, 31 anos, disse que essa oportunidade é de grande importância para a escola.
“Para participar dos últimos dias de capacitação, saímos de nossa comunidade, enfrentando banzeiro, chuvas e ventos, em cinco horas de viagem (de barco), mas com a certeza de que iríamos aprender muito aqui, e aprendemos. Conhecemos a maleta, com as peças e suas aplicações na prática, vendo como a robótica está alinhada com o dia a dia dos nossos alunos, utilizando elementos visuais para dinâmicas em sala de aula e resolução de problemáticas. Para nós é um desafio”, frisou o professor.
Participando pela primeira vez de uma capacitação em robótica, o professor indígena, Jonas Bruno Aleixo, 61 anos, disse que vai repassar aos seus alunos o aprendizado da melhor forma possível. Aleixo já leciona há mais de 20 anos, mas nunca teve essa proximidade com a robótica e, agora, juntamente com a Rosa Ywrumare, 47, irá transmitir o aprendizado em duas línguas, português e a língua materna da comunidade, nheengatu.
