A volta às aulas 100% presenciais em Manaus, autorizada no último dia 23 pelo governo estadual, ainda é um desafio para muitos alunos e professores neste ano letivo nas escolas em meio à pandemia. No Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), a professora de Linguagem e suas Tecnologias do Novo Ensino Médio, Rosemeire Bezerra, diante da nova realidade, aplicou projetos interdisciplinares para, de forma atrativa, reunir da teoria à prática as diferentes áreas de conhecimento, com conteúdo de língua portuguesa, literatura, artes, matemática, história e biologia.
Para tornar mais atrativos os textos de manuais de instruções, Bezerra desafiou os alunos a transformar a atividade em um livro de receitas, unindo aprendizagem e competição. Desse modo, os alunos aplicaram a teoria na prática por meio do projeto “Master SESI”, que estimula os alunos a viverem a experiência de serem também avaliados pelos professores nas receitas culinárias desenvolvidas por eles e no final ganhar prêmios pela participação por equipe.
“Os alunos amaram essa ideia de transformar o manual de instrução em um livro de receita. Dessa forma, ficou bem mais interessante e eles conseguiram entender a ideia de um manual por meio do passo a passo de uma receita”, disse a professora do SESI ao acrescentar que o segredo para transformar esse Novo Ensino Médio em algo mais atrativo para os alunos é transformar as atividades que eles já fazem na teoria para prática.
Com os diferentes eixos trabalhados com o Novo Ensino Médio, outro projeto aplicado com os alunos é a “Sala de Aula sem Parede”. Reunindo áreas de conhecimento como Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza, os jovens se dividem em equipes e desenvolvem atividades em uma feira aberta na cidade.
Em Linguagens, a equipe foca na comunicação e variação linguística, regionalismo e estrangeirismo; para Matemática, os alunos aplicam conceitos para controle e organização em planilhas para o estoque e fluxo de caixa das barracas; em Ciências da Natureza dedicam-se a investigar o destino do lixo acumulado na feira, sugerindo a técnica de compostagem, e para a aplicação em ciências humanas os alunos fazem resumos históricos da feira até os dias atuais, e sua importância para a cidade.
“Ao final desse trabalho de coleta, os alunos reuniram as equipes e fizeram a montagem do trabalho em forma de slide. Organizados por grupos em um dia de apresentações no auditório da escola, os alunos trocaram experiências e vivências que aconteceram ao longo da atividade”, contou ela.
Projeto para o ensino a distância nas escolas
Ao trazer a Matemática para dentro das obras de artes, os alunos também aprenderam de forma remota com a “Galeria Virtual”, criada pela professora do SESI de Linguagens e suas Tecnologias, Rosemeire Bezerra. Com o uso de website criado para montagem e apresentação das obras, utilizando a ferramenta Microsoft Sway, os alunos iniciam os aprendizados com as vanguardas europeias, a partir da abordagem literária sobre o tema.
Posteriormente, estudando as artes plásticas – pinturas, texturas e formas de expressão das obras retratadas – os alunos encerram o projeto na abordagem matemática com o cubismo, aprofundando o conhecimento também sobre a geometria. “A ideia acabou dando certo no ensino a distância. Com apresentações em salas de aula virtuais, cada aluno apresentou a sua galeria, listando as obras previamente para não haver repetição entre os alunos”, explicou a professora, ao ressaltar como foi o retorno dos alunos sobre o projeto.
“Percebi que a obra de arte em si começou a ser valorizada e reconhecida com seu verdadeiro significado dentro do que cada pintor ou escultor, que aqueles alunos escolheram, quis retratar”.