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Aluna do SESI Amazonas supera a distância para ter aulas on-line na zona rural

A pequena aluna Macsima Rivera, de seis anos, percorre um trajeto de 20 minutos de bicicleta, juntamente com a mãe, Taisa Rivera, que pedala do final até a entrada do ramal da Comunidade São Francisco, onde mora, no Km 6 da estrada do município, para receber as aulas on-line da Escola SESI David Nóvoa Alvarez, no município de Iranduba (distante 36,8 quilômetros de Manaus). Elas atravessam o caminho, de segunda a sexta-feira, para ter acesso ao sinal de Internet, cedido por alguns moradores do local e, assim, participar das aulas on-line do SESI. A mãe da aluna diz que, apesar das dificuldades de acesso às aulas, já consegue ver a evolução da filha com os estudos, no 1º ano, e a certeza de que vale o esforço.

“Utilizamos muito a bicicleta para assistir às aulas on-line no início do ramal onde consegui dois locais de acesso ao sinal da Internet. O problema é quando chove porque os locais são abertos e a gente tem que driblar isso”, disse a dona de casa, ao relatar que leva mais de um celular para não perder aula, por conta da bateria. “Levamos dois celulares para lá, porque não tem tomada para recarregar e, se acabar a bateria, não temos como assistir às aulas”.

Este é o primeiro ano de Macsima na Escola SESI de Iranduba, localizada a 20 quilômetros de sua casa, no Distrito do Cacau-Pirêra. A estudante tem uma rotina regrada nos estudos. Acompanha as aulas remotas do SESI pelo celular no ambiente virtual de aprendizagem on-line Plurall e também com o uso das ferramentas do Google For Education, como Google Classroom e Meet, além do Microsoft Teams, que também são utilizadas para encontros diários ao vivo com os professores e agendamento de provas e atividades.

Com cronograma semanal, enviado previamente pelos professores aos pais, as aulas costumam ter em média cinco disciplinas diárias, com interações e a realização das atividades no novo material didático, totalmente reformulado e autoral das Escolas SESI do Amazonas. Os alunos têm atividades para casa, criam um ambiente de estudo com o ensino das aulas e conteúdo gravado, disponibilizado pelas professoras.

Rivera explica que tudo se torna uma grande aventura no desafio de manter os estudos da criança. “Como esses dias de chuva têm feito bastante lama no ramal, não conseguimos ir de bicicleta e acaba que temos que ir andando para ter acesso à conexão das aulas no início do ramal”, detalha a mãe. “Se tornou rotina, mas sempre conversamos com a Macsima sobre essas condições e dizemos ‘Filha, você tem que valorizar os estudos, moramos em um lugar difícil, porém temos uma liberdade que não tem preço’, e desde pequena acho que ela vem crescendo com isso”, comenta Taisa.

Moradora da zona rural há mais de sete anos, Taisa conta que a escolha se deu pela tranquilidade, liberdade e segurança para criação da filha. “Aqui ela consegue crescer como uma criança deve ser”, argumenta. “Nessa era de tecnologia, conseguimos criar nossa filha sem nenhum vício em jogos online ou no celular. Ela usa para as aulas e estudos, porém, para brincar, prefere correr no quintal ou brincadeiras mais simples com outras crianças do ramal e sem uso de nenhuma tecnologia”.

Ansiosa para o início do ano letivo presencial, Macsima brinca em casa com sua mãe de dar aula para outros colegas da comunidade. Em uma área bem isolada e sem acesso à Internet, no quintal de casa, reúne alguns dos colegas moradores da comunidade para as aulas e aprender a ler e escrever. Com uso dos livros didáticos, que tem em casa e o reforço da mãe, a aluna orienta os amigos como aprender conceitos básicos de português e matemática e, antes da pandemia, chegou a reunir “uma salinha” com mais seis amigos.

“Foi algo tão natural que começou como uma brincadeira e agora recebo até doações de cadeiras, mesa e lousa. Começou em um dia depois de ela brincar com outras crianças do ramal, algumas até mais velhas que ela. A Macsima voltou para casa, pedindo para eu ajudar os amigos, porque mesmo tendo 10 e 11 anos não sabiam nem ler e nem escrever. Aos poucos fui ensinando, e ela é sempre minha auxiliar nas tarefas com os colegas”, ressaltou a mãe, ao dizer também que, por conta da pandemia, as atividades não estão mais acontecendo. “Paramos, mas a ideia é continuarmos assim que melhorar a situação”, pontuou Taisa.

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