Manaus, 30 de junho de 2020
Espera-se que, passada a pandemia do SARS-CoV-19, voltemos a crescer economicamente na Zona Franca de Manaus (ZFM), aumentando produção, renda, acúmulo de capital e força de trabalho. Entretanto, se não priorizarmos a educação, não adiantarão planos econômicos que possam parecer promissores, isso porque já ficou provado que mais de 50% do crescimento de uma economia se devem a aplicação de tecnologia aos meios de produção.
A educação, portanto, nesse contexto, é um dos principais pilares do desenvolvimento, promovendo inovações tecnológicas, despertando a criatividade humana e influenciando positivamente a economia. Sem educação, o desenvolvimento econômico se comporta como “voo de galinha”, não tem consistência para manter-se por mais tempo no ar.
Torna-se muito difícil, sem educação, alcançar desenvolvimento econômico sustentável de longo prazo. Não resta a menor dúvida de que necessitamos permanecer ainda com o elenco de incentivos fiscais da ZFM como ferramenta para impulsionar nossa economia, instrumento de variáveis imprescindíveis para mantermos a dinâmica do desenvolvimento de toda a Amazônia Ocidental.
Porém, precisamos investir prioritariamente na educação como forma mais eficiente de alcançar crescimento e desenvolvimento econômico consistente. Caso contrário, estaremos sempre apreensivos, com receio de prejuízos provocados por qualquer alteração na legislação tributária nacional.
Investir em educação nos possibilitará quebrar amarras que nos impedem de progredir, dando-nos condições de alcançar ganhos de produtividade e possibilidade de inovar. Quando é qualificado, o trabalhador produz mais e aumenta o potencial de crescimento da economia, provoca a geração de mais emprego e renda, promove o progresso tecnológico e a expansão da produção.
De que forma poderemos alcançar esses objetivos na ZFM? Começando, entre outras coisas, com a melhor formação dos professores e uma boa gestão dos recursos para a Educação. Temos a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), mantida financeiramente pelo Polo Industrial de Manaus (PIM), que pode dar suporte importante para a capacitação da mão de obra local, dando bom nível de qualificação e especialização, desde que, para isso, haja união de esforços entre governo, iniciativa privada e academia, para que cursos de graduação e pós-graduação sejam oferecidos de acordo e consonante com as demandas da indústria, cada vez mais dependente de conhecimento e inovação, com uma grade curricular que de fato atenda as expectativas de todos.
Não é raro as empresas ficarem com vagas em aberto pela falta de candidatos de bom nível. Se não tivermos recursos humanos especializados será muito difícil termos a produtividade necessária para competir. A falta de trabalhadores qualificados redunda no afastamento de investimentos importantes e impede o surgimento de novas tecnologias. Precisamos priorizar a educação, sob pena de continuarmos subjugados aos incentivos que não são perenes.