Quando foi criado, há 50 anos, no Amazonas, o Instituto Euvaldo Lodi tinha a missão de promover a entrada de jovens estudantes no mercado de trabalho por meio do Estágio Supervisionado. Além de nobre, era uma proposta avançada para a época e, ainda hoje, o IEL é quase sinônimo dessa atividade, quando se sabe que o Instituto já bateu a marca dos 200 mil estágios efetivados ao longo da sua história no Estado. Em cinco décadas, o país se transformou, a indústria brasileira cresceu e o IEL ganhou novas atribuições, que agora vão da capacitação empresarial à geração de novos negócios.
Ao avaliar a contribuição do IEL para o segmento industrial amazonense, o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, disse que, atualmente, o Instituto se destaca por incentivar nas empresas projetos de inovação em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), do programa Inova Talentos, desenvolvido em parceria com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). “Também merece ser destacado o programa de Educação Executiva oferecido a gestores e executivos, e que tem ajudado a melhorar as competências em gestão das nossas empresas”, apontou o empresário.
Quarto elemento de sustentação do Sistema FIEAM, junto com a própria FIEAM, o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o IEL foi inaugurado no Amazonas em 18 de setembro de 1970, um ano depois de criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Desde o início, seu trabalho tem sido ajudar a melhorar a competitividade da indústria brasileira em diversos segmentos.
O diretor regional do IEL, empresário Nelson Azevedo, disse que o Instituto é reconhecido por desenvolver estágios e carreiras, mas atende também as áreas de inovação e tecnologia, de estudos e pesquisas. “São serviços voltados à preparação de empreendedores e empresas para um ambiente de maior competitividade”, disse Azevedo, que também é o 1º vice-presidente da FIEAM.
Nas contas da superintendente do IEL Amazonas, Andrea Guerra, o Instituto tem colocado no mercado de trabalho, por meio do estágio supervisionado, em média 4 mil jovens todos os anos, com exceção apenas de 2020 por causa da pandemia. “Além disso, desde que começamos a diversificar as nossas atividades, temos oferecido em média 100 cursos alinhados às necessidades das empresas, como Compliance e Eficiência Empresarial, Gestão de Capital de Giro, Gestão de Custos, Liderança Competitiva, e, o nosso novo diferencial hoje, que é o MBA em Gestão Industrial”, enumerou.
Centrado no atendimento à indústria, o IEL desenvolveu, nesses 50 anos, programas como a Retec (Rede de Tecnologia do Amazonas), de estímulo ao avanço tecnológico das empresas, e o Bitec (Programa de Apoio e Iniciação Científica e Tecnológica para Micro e Pequenas Empresas), que objetiva transferir conhecimento das universidades para o setor produtivo, inserindo estudantes de graduação nas empresas, sob orientação de professores universitários.
Presente nos 26 estados e no Distrito Federal, com 101 unidades operacionais em todo o pais, o IEL tem em seu nome uma homenagem da indústria brasileira ao grande empresário e político Euvaldo Lodi (1896-1956), fundador da CNI (1938), do SENAI (1942) e do SESI (1946).
“O futuro é da inovação com compartilhamento”, disse a superintendente Andrea Guerra. E o papel do IEL, nesse futuro, segundo ela, é o de oferecer soluções de alto valor agregado, promovendo além da inovação o empreendedorismo no Amazonas.
Estágio realiza sonhos
Em todo o Brasil, mais de 1,5 milhão de estudantes ingressaram no mercado de trabalho graças a uma vaga como estagiário do IEL Para a maioria, foi a descoberta de um novo mundo e o início de uma carreira dos sonhos como estudante ou como profissional, sempre acompanhado de perto por instrutores e supervisores do setor de Estágio Supervisionado.
Foi o caso do educador físico Antonio Alberto Soares Júnior, 53 anos, que construiu no SESI Amazonas não apenas uma carreira brilhante, mas uma história de vida muito bem-sucedida. Depois de dois anos como estagiário e de já ter concluído a graduação em educação física, Júnior foi contratado como técnico, passou a supervisor, foi coordenador e agora está como gerente de Promoção à Saúde e Lazer, do SESI Clube. Está há 30 anos no SESI.
“Eu tenho na minha mesa a seguinte frase: ‘Não tem essa de impossível, acredite nos seus sonhos’”, diz Júnior. No SESI, além da carreira profissional, ele definiu o seu futuro pessoal ao conhecer sua futura esposa, Flávia, então coordenadora de esportes da empresa Philips, nos Jogos SESI, e com quem hoje tem duas filhas.
O ex-estagiário continua firme na jornada do crescimento profissional que começou no IEL há 30 anos: hoje tem uma especialização em Gestão na Educação, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), um MBA concluído, de Gestão na Indústria, e outro em andamento, em Gestão da Inovação, ambos no IEL.
Trajetória de sucesso
Bem-sucedida, também, foi a trajetória de Jander Menezes Cavalcanti, 35, que foi de estagiário a líder do setor de estágio do IEL Amazonas em menos de dez anos. Jander resolveu trocar um emprego formal numa empresa do Distrito Industrial de Manaus, pela promessa de uma vaga de estágio, só que era na sede do próprio IEL.
“Na época, eu fazia o curso técnico de engenharia de telecomunicação, na antiga Escola Técnica Federal do Amazonas e, logo de cara, recebi o desafio de gerenciar, no IEL, os cadastros do programa Pró-Jovem, do governo federal em parceria com as secretarias estaduais de Trabalho”, contou Jander.
Segundo ele, o IEL sempre foi um agente transformador não só para os estagiários, mas também para os profissionais que passaram por lá. Contratado, Jander passou pelo setor de TI do Sistema FIEAM, e, em seguida, assumiu a implantação do SGE, o Sistema de Gestão de Estágio, e chegou a líder de estágio.
Depois de concluir uma licenciatura em informática, uma pós-graduação em docência universitária, e, mesmo tendo aberto uma startup, a TechNurse Soluções, aceitou convite para trabalhar no Instituto Centro de Tecnologia de Software, onde cuida atualmente de projetos na área do Distrito Industrial a partir das demandas apresentadas pelos clientes da indústria.
Dois anos longe, Jander volta agora ao IEL como aluno do MBA na área de gerenciamento de projetos. Ele diz que tem grande orgulho de ter feito parte dessa “família”. Eu estou vivendo novas experiências no Distrito, mas vejo que nada se aproxima da experiência que tive no IEL, aliás, não só o do Amazonas mas todos os que eu tive oportunidade de conhecer fora daqui. O IEL é uma grande família”, disse ele.