Mais do que missão, o “negócio” do Comando da 12ª Região Militar é prover a logística de combate na região conhecida como Amazônia Ocidental, o que representa a cobertura de uma área de mais de 9 mil quilômetros de fronteira na divisa do território brasileiro com cinco países. Assim, o comandante da 12ª RM, general Carlos Alberto Mansur, deu início à apresentação do modelo de gestão da corporação, na 18ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade, nesta sexta-feira (29), no auditório da Suframa.
Para traçar o modelo, o comandante definiu como principais linhas de ação as oportunidades de negócio, os recursos financeiros recebidos, a logística, as organizações militares que apoiam a missão da 12ª RM e, finalmente, a gestão estratégica da instituição.

Subordinada ao Comando Militar da Amazônia (CMA), a 12ª RM conta com um aporte de R$ 1,8 bilhão – dos quais R$ 1,1 bilhão só para o Amazonas – para pagamento de produtos, serviços e pessoal. O aporte médio em Manaus, onde está o centro das operações para a região, que envolve, além do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia, é de R$ 2,5 milhões por dia ou R$ 55,7 milhões mensais.
O montante cobre a manutenção de quatro brigadas de selva, 20 mil homens e mulheres e o funcionamento de 24 Pelotões Especiais de Fronteira, tudo isso em 38 localidades distribuídas na região. Segundo Mansur, são os pelotões de fronteira que funcionam como termômetro da 12ª RM. Se os PEFs vão bem, significa que a corporação está bem de logística.
Transporte, manutenção, suprimento, fiscalização de produtos controlados, emissão de certificados para atiradores e clubes de tiro, apoio assistencial a inativos e pensionistas, tudo isso faz parte das funções da corporação, sem contar que, pelo menos 55 mil pessoas em toda a região da Amazônia Ocidental dependem totalmente da 12ª RM.
Responsável por cerca de 2 mil imóveis (ou PNR – Próprios Nacionais Residenciais), dos quais 660 só em Manaus, 2.165 viaturas, 617 embarcações, 12 aeronaves e 928 grupos geradores, a 12ª RM se divide, na maior parte da região, entre a tropa e a comunidade. Em São Gabriel da Cachoeira, onde está localizado um dos pelotões de fronteira, o atendimento em saúde à família dos militares representa apenas 15% do total.
De acordo com o general Mansur, o serviço que a 12ª RM hoje presta nos pelotões de fronteira, como o de São Joaquim, na região conhecida como Cabeça do Cachorro, no extremo norte do Amazonas, onde só é possível chegar por meio de aeronave, é feito dentro da dotação orçamentária da instituição. Mas, segundo ele, essa realidade deve mudar com a entrada de recursos de outras áreas. O próprio Ministério da Saúde já sinalizou um repasse de R$ 6 milhões para o atendimento a localidades onde só o Exército chega.
Com mais de 50 anos de atuação na Amazônia, a 12ª RM vem desenvolvendo uma nova concepção de logística na região, baseado, em parte, na experiência que o Exército Brasileiro tem buscado nos centros de capacitação das Nações Unidas, em países europeus, nos Estados Unidos, e até mesmo na Colômbia e no Peru.
“Hoje temos condição de manter uma base logística para atender a uma eventual catástrofe que chegue ao território brasileiro”, diz o general Carlos Alberto Mansur.
O modelo da 12ª RM encerrou as apresentações da modalidade Gestão, na 18ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade, última última fase de avalição do Programa Qualidade Amazonas (PQA), promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, por meio do seu Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria. O resultado, depois de avaliados 31 finalistas das modalidades Gestão e Processo, será divulgado em 23 de novembro.
O PQA conta com patrocínio do Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Caixa Econômica Federal e Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM).