As equipes do Amazonas colocaram ontem seus robôs para funcionar nas arenas e mesas de torneios no Festival SESI de Robótica, com o desafio de desenvolver de forma autônoma e teleguiada missões definidas previamente nas competições First Lego League (FLL), First Tech Challenge (FTC) e F1 in Schools, no Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera, São Paulo.
Representam o Amazonas as equipes Apuema Korê (Escola SESI Abrahão Sabbá, de Itacoatiara), Lego Master (Escola SESI Pe Francisco Luppino, de Parintins), e Team Prodxy (Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa) de Manaus.
Os alunos amazonenses no primeiro dia de avaliações já largaram na frente e se destacaram nas apresentações nas arenas contra as equipes dos outros estados. Na F1, por exemplo, a aluna Alice Pimentel, 16, da equipe Apuema Korê, que lidera na engenharia e manufatura do carro, pilotou e saiu na frente no primeiro round do dia contra a equipe Spartacus da Escola SESI do Maranhão.
Com o melhor tempo de reação e de percurso na pista, a equipe conseguiu levar a melhor nas duas disputas. Segundo Pimentel, a meta da Apuema Korê é bater o melhor tempo de corrida já alcançado nos treinos, que é de 1 segundo 348 milésimos. A estudante da equipe da Escola SESI de Itacoatiara participa da F1 in Schools. Amante de programação, a aluna conta que já atua há cinco anos na área, pela FLL, e neste ano estreia pela F1.
Responsável pela parte mais importante para os desafios da pista de 20 metros, usada para a corrida dos carros em miniatura de Fórmula 1, a jovem de 16 anos exerce função em minoria nas competições da robótica, que é na área de exatas (engenharia), construindo o protótipo do carro, com o uso da licença de software de engenharia Fusion 360 Autodesk.
Com o uso do software, o usuário cria modelações 3D CAD/CAM para dar vida aos produtos dos projetos. “Nesse programa nós, da equipe de engenharia e programação, montamos e construímos o carro ideal para a corrida”, explicou ela, ao destacar os cuidados redobrados no processo de construção para que o carro em miniatura de Fórmula 1 não tenha problemas na aerodinâmica e resistência de material.
A equipe, formada por alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio, será avaliada em diferentes quesitos: pensamento criativo, projeto social, mídia social e melhor tempo de reação. Sobre o papel como design 3D da equipe, Alice Pimentel se orgulha e ressalta a importante dessa decisão não só para ela como para outras meninas que já participam ou pretendem entrar em competições que estimulam os gostos por carreiras como matemática, engenharia, ciências e tecnologia.
“A minha representatividade (feminina) ainda é difícil de encontrar nessas áreas, porque ainda, infelizmente, somos minoria, e de verdade sinto que estar nessa posição é gratificante, pois sei que de alguma forma eu sirvo de exemplo ou encorajo outras meninas e, que bom, que assim seja, para cada vez mais termos mulheres nesses meios”, disse ela, que quer atuar em algum curso na área de programação.
Melhor tempo de reação das arenas
A equipe da FTC, Team Prodixy, ficou entre as favoritas da competição de ontem. Com a melhor pontuação da manhã nas arenas com os robôs, os alunos seguem confiantes para as próximas disputas dentro das alianças. Para essa competição, as equipes se enfrentam em duplas, formando alianças contra outras duas equipes.
Juntamente com mais 31 equipes de todo o Brasil, os alunos são avaliados quanto a atuação e desenvolvimento das missões das arenas, preparando o robô para ter autonomia e atuar de maneira independente e teleguiada na arena nos desafios que simulam um canteiro de obras, transportando materiais e construindo verdadeiros arranha-céus, dentro do tema da temporada Skystone. Além disso, os alunos são avaliados também no “Caderno de engenharia” que descreve toda a trajetória da equipe desde a última temporada da competição.
Na Team Prodixy, quem lidera e gerencia todas as áreas como engenharia, plano de negócios, parte financeira, descrição da equipe e as questões do impacto social, é a aluna Valeska Mendes, 16, do 2º ano do ensino médio da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa. Apesar de considerar a função um desafio de muita responsabilidade, afirma estar capaz e centrada para estimular e auxiliar os colegas a dar o melhor dentro da equipe.
De acordo com a aluna, por ser uma competição mais voltada para princípios reais de engenharia, isso torna as atuações na robótica muito mais masculinizadas, embora reconheça que isso tem mudado bastante ao longo dos últimos anos. “Minha função na Team Prodixy é exercer um papel fundamental e principal na equipe, que é a liderança. Eu sinto sim dificuldade em atuar em algumas áreas, com algumas tarefas, já que eu não lido só comigo, mas estou liderando diversas outras atividades e personalidades que se diferenciam entre si”, analisou a competidora.
Veterana na competição da FTC, Valeska Mendes acrescentou que é preciso saber lidar com o diferente, independente do gênero. “Acima de tudo, é preciso respeito nas atividades. Por ser uma mulher corrigindo as tarefas, tentando auxiliar e ajudar para passar uma nova visão daquilo que você está acostumado a fazer, costuma ser mais difícil a aceitação, mas isso tem mudado bastante”, relatou.
Veja programação de hoje para o resultado final das equipes participantes do Festival SESI de Robótica:
9h às 12h – Oficina ACESSE- Programação e algoritmos, com Mônica Nador e Diego Cerqueira.
14h às 17h – Oficina ACESSE- Visualização de dados, com Vitor César e Bárbara Castro.
14h – Cerimônia de premiação FTC.
15h – Cerimônia de premiação F1 in Schools.
16h – Cerimônia de premiação FLL.
17h30 – Encerramento.