A equipe Elev3r, do Centro Educacional Isolina Ruttmann, de Vilhena (RO), conquistou o título máximo da FIRST LEGO League (FLL) – Etapa Regional Norte da temporada UNEARTHED, realizada no último sábado (22), no SESI Clube do Trabalhador, em Manaus. Com um projeto inovador voltado à preservação de artefatos arqueológicos, o grupo garantiu vaga para o torneio nacional que acontece em março de 2026.
A estudante Thalita Lipke, de 15 anos, apresentou o Preserve Arte, um kit de borrifadores criado para proteger artefatos arqueológicos logo após a escavação, usando compostos com proteção UV, ação antibacteriana e elementos naturais. Ela destacou o esforço da equipe ao afirmar: “Todo o material que foi possível nós produzimos no laboratório da escola.” O projeto nasceu após conversas com arqueólogos de várias regiões do país, o que revelou um dos maiores desafios da área. “Queríamos criar algo que ajudasse nesse processo”, explicou Thalita, ressaltando ainda os valores da FLL: “Se uma equipe não tem inclusão e trabalho em conjunto, ela não é uma equipe de FLL.”
A técnica Lorines Cezne reforçou o empenho ao longo da temporada, afirmando: “Estamos nos dedicando desde agosto; pesquisamos, testamos em laboratório e contamos com apoio de químicos e bioquímicos.” Sobre a longa viagem até Manaus, ela garantiu que “valeu muito a pena”. Já Thalita celebrou a nova classificação nacional, relembrando o espírito de superação da equipe: “É um sonho, cada vitória representa o esforço coletivo.” O time também conquistou o prêmio de Desempenho do Robô, alcançando a maior pontuação do torneio: 490 pontos.
O técnico Pedro Ribeiro, da equipe iRobot da Escola de Ciência, Tecnologia e Inovação de Boa Vista (RR), destacou a emoção da equipe ao conquistar o Champion’s Award e garantir a vaga no Festival Nacional SESI de Educação. Ele lembrou das dificuldades enfrentadas ao longo da preparação, especialmente pela limitação de estrutura, mas ressaltou o comprometimento dos estudantes, que souberam aproveitar cada momento do torneio, interagindo, dançando e celebrando com outras equipes. Pedro também destacou que, apesar de muitos já terem experiência em outros torneios, o capitão desta temporada é o novato Samuel, de apenas 11 anos. Ele reforçou ainda que a equipe já havia conquistado uma vaga nacional no ano marcado pela pandemia da Covid-19, mas não pôde viajar devido ao cancelamento do evento — uma frustração que agora se transforma em alegria com a chance de finalmente representar Roraima no Nacional.
O jovem capitão Samuel da Silva contou que ficou surpreso e emocionado com o título, especialmente por ser sua primeira participação na competição. Além da liderança, ele atuou como programador, lançador e apresentou o Projeto de Inovação da equipe, que desenvolveu uma aplicação capaz de identificar cores e convertê-las em formas geométricas, auxiliando arqueólogos daltônicos — especialmente aqueles que não distinguem vermelho e verde. Animado e ainda “com o coração acelerado”, Samuel explicou que será sua primeira viagem para uma competição nacional, já que, na edição passada, não conseguiu participar por ter perdido a identidade. Agora, com tudo pronto, ele celebra a oportunidade inédita de viajar a São Paulo, representando sua equipe e o estado de Roraima.
Aos 10 anos, a estudante Isadora Sophia Viana, integrante da equipe Iranbótica da Escola SESI David Nóvoa Alvarez, celebrou o prêmio de Design do Robô no Torneio SESI. No qual também apresentou o projeto: Arqueologia em 3D, drone e suas contribuições no Sítio Arqueológico Hatahara. Segundo ela, a ideia surgiu “através de pesquisas”, processo que envolveu visitas ao próprio sítio arqueológico, etapa que Isadora destacou como sua favorita. A pequena explicou que o projeto utiliza um drone equipado com sensores para mapear áreas de solo e artefatos, gerando imagens tridimensionais, enviadas ao sistema operacional Blender, permitindo acesso aberto aos estudos. “O drone vai mapear toda a área e escanear os artefatos, transformando em uma imagem 3D que todos podem acessar, inclusive os arqueólogos”, detalhou. Para Isadora, o aprendizado vai além da teoria: “Através da robótica a gente começa a pesquisar e entender sobre as coisas, e algumas escolas não ensinam isso”, afirmou.
O Prêmio que celebra o melhor da equipe
A equipe Tupã Machines, da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, destacou-se ao conquistar o prêmio Core Values – Valores Fundamentais, reconhecimento máximo da FLL para equipes que incorporam, na prática, princípios como colaboração, respeito, inovação e Gracious Professionalism. Inspirados por relatos de especialistas, os estudantes desenvolveram o projeto Guarde-Boot, unindo criatividade e propósito. “O que mais impactou foi a história do arqueólogo Bruno Miranda, que enfrentou uma chuva repentina e não conseguiu proteger a escavação”, contou a aluna Letícia Bichara, de 13 anos, do 8º ano, que participou diretamente da construção do protótipo e celebrou o trabalho coletivo: “A gente consegue pesquisar, criar e trabalhar em equipe de um jeito que muitas escolas não têm acesso”.
Para a técnica Thaieny Gama, o prêmio reflete valores vividos diariamente pelo grupo. “Eles escolheram o tema a partir das problemáticas apresentadas nas palestras e fizeram perguntas para avaliar se a ideia era realmente inovadora”, explicou, destacando o comprometimento da equipe durante as longas tardes de preparação e a autonomia dos estudantes. “O protótipo, os cartazes, o design dos banners e até o pitch foram todos criados por eles; nossa função era apenas orientar o caminho”, afirmou, reforçando que o trabalho da Tupã Machines é um exemplo claro de como os valores essenciais da FLL formam jovens mais criativos, colaborativos e conscientes de seu impacto no mundo.
Técnico Destaque: A força de um mentor
O técnico Elilson Leal, do Instituto Caminho Seguro, foi reconhecido com o prêmio Técnico/Mentor Destaque na categoria do Torneio Geral, resultado de sua dedicação em orientar uma equipe formada majoritariamente por estudantes que participavam pela primeira vez da competição. Ele conta que o trabalho começou “a partir da live de um arqueólogo, que inspirou a equipe a pesquisar artigos científicos e definir a problemática do projeto”. Apesar das barreiras enfrentadas por serem uma equipe comunitária, Elilson destacou que o mais valioso foi o desenvolvimento humano dos alunos. “O trabalho em equipe, a participação e ensinar um ao outro foram os pontos que mais se destacaram”, afirmou. Ele lembra ainda que muitos estudantes aprenderam tudo do zero: “Muitos não sabiam nem onde pesquisar ou como falar, então ensinar o básico foi primordial”. Para o mentor, o prêmio simboliza a superação coletiva e o impacto da educação em transformar realidades.
Cores e Corais: Educação Ambiental no SESI Lab
O professor Marcos Pereira, responsável pela disciplina de Ciências da Natureza na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, participou de uma atividade do SESI Lab Itinerante, levando um conteúdo essencial sobre a acidificação das águas e os impactos ambientais. Durante a oficina “Cores e Corais”, o educador explicou como a acidificação da água afeta diretamente os corais, que funcionam como bioindicadores da saúde ambiental e da biodiversidade marinha. Ele destacou que, quando a água se torna ácida, os corais e algas marinhas sofrem danos irreversíveis, o que compromete tanto a qualidade do ar quanto a cadeia alimentar humana, especialmente nas regiões amazônicas, onde a dieta local depende fortemente de produtos aquáticos. Ao alertar para os riscos dessa contaminação, o professor enfatizou que a preservação dos ecossistemas marinhos é fundamental para garantir um ambiente saudável e sustentável para as futuras gerações.
E, mais uma vez o Festival Regional SESI de Educação do Amazonas foi palco da premiação das equipes vencedoras da 13ª edição do torneio regional FIRST LEGO League Challenge 2025/2026 da temporada “UNEARTHED”, voltada à arqueologia e às ciências da Terra.
Resultados da 13ª edição do torneio regional FIRST LEGO League Challenge 2025/2026 da temporada “UNEARTHED – Regionais AM – 2025
Os destaques foram:
Champion’s Award – Equipes Vencedoras
- Torneio SESI: ELEV3R – Centro Educacional Isolina Rutmann (RO)
- Torneio Geral: iROBOT – Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação
2º Finalista
- SESI: Engenheiros em Ação – Escola SESI João de Mendonça Furtado (RR)
- Geral: Liga do Ovomaltine – CMPM I
3º Finalista
- SESI: Acrebóticos – Centro Educacional Marília Sant’Ana (AC)
- Geral: Engenheiros do Açaí – Equipe de Garagem
Prêmios Oficiais
Desempenho do Robô
- Vencedores:
- Torneio SESI: ELEV3R – 490 pontos
Torneio Geral: Engenheiros do Açaí – 330 pontos
Design do Robô
- Vencedores:
- Torneio SESI: IRANBÓTICA – Escola SESI David Nóvoa Alvarez (Iranduba)
- Torneio Geral: Can’t Fight Fate – CEBAC
Projeto de Inovação
- Vencedores:
- Torneio SESI: SESI Macunaíma – Escola SESI João de Mendonça Furtado (RR)
- Torneio Geral: Carbono 14 – Escola Municipal Santa Rosa II
Core Values – Valores Fundamentais
- Vencedores:
- Torneio SESI: Tupã Machines – Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa
- Torneio Geral: The Fossil Hunters – CETI Gilberto Mestrinho
Técnico/Mentor Destaque
- Premiados:
- Torneio SESI: Maira A. de Andrade – Biobot, Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa
- Torneio Geral: Elilson Leal Araújo – Código da Mata, Instituto Caminho Seguro
Equipes Classificadas para a Próxima Etapa
- Torneio SESI: ELEV3R, Engenheiros em Ação, Acrebóticos
- Torneio Geral: iRobot, Liga do Ovomaltine, Engenheiros do Açaí
Suplentes
- Torneio SESI: Tupã Machines, SESI Macunaíma, Elétrons
- Torneio Geral: The Fossil Hunters, Can’t Fight Fate, Techno Titans
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