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EJA do SESI auxilia mais de 700 na retomada dos estudos

De volta aos estudos após um intervalo de 40 anos, a autônoma Delaide da Silva, 59, redescobriu a emoção de entrar numa sala de aula nesta quarta-feira, 30, como aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), na Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, bairro São José. Ao todo, 766 pessoas de diferentes faixas etárias estão matriculadas para cursar o ensino fundamental ou médio.

Agora aluna do 1º ano do ensino médio, Delaide parou de estudar aos 15 anos por conta de uma gravidez precoce. Hoje com 12 filhos, ela relembra que, por ter sido na maior parte do tempo mãe solteira, precisou largar os estudos cedo para sustentar a casa e com isso nunca mais retornou para escola.

Aluna do ensino médio da EJA do SESI, Delaide da Silva, 59 anos.

“Eu fazia de tudo, fui doméstica em casa de família, vendedora, catava latinha, tudo que eu pudesse fazer para arrecadar dinheiro eu fiz para criar os meus filhos”, disse. Hoje, com um dos filhos formado em educação física e outro, em pedagogia, Delaide se sentiu motivada a retomar os estudos na EJA. “Você tem noção do que é ter dois filhos professores e você não ter concluído nem o ensino fundamental? Eu sou muito grata a eles e pretendo não parar”, disse ela.

Com o sonho de cursar a faculdade de serviço social, Delaide da Silva se sente motivada para não largar os estudos. “Eu gostava de estudar, agora é um recomeço. Antes eu pensava que já tinha passado o meu tempo, mas é tão bom aprender e reviver isso. Apesar das dificuldades a gente se sente bem, viva”, contou ela.

Para o líder de produção da GDM Plástico, Andrio de Jesus, 35, aluno do 9º ano da EJA, a retomada dos estudos acontece após 20 anos de intervalo. O incentivo veio da empresa em que ele atua há mais de três anos e onde entrou como auxiliar de produção. “Fui sempre batalhando dentro da empresa e me destaquei, de auxiliar de produção surgiu a seleção para operador de máquina, consegui a vaga, continuei batalhando por novos caminhos e há pouco mais de um ano conquistei o cargo de líder de produção”, lembrou ele.

Líder de Produção da GDM Plástico, Andrio de Jesus, aluno da EJA do SESI

Jesus, que é o filho mais velho de uma família de quatro irmãos, largou os estudos aos 15 para ajudar o pai a sustentar a casa. Trabalhou na área de construção civil, como ajudante de pedreiro, por anos até conseguir uma vaga para atuar em uma empresa no Distrito Industrial. “Eu vejo essa retomada nos estudos como uma oportunidade de melhoria e crescimento dentro e fora da empresa”, disse Jesus, que vai conciliar trabalho e estudos.

Na metodologia da Nova EJA do SESI os alunos fazem a formação básica nos ensinos fundamental e médio, participam de projetos e programas voltados para o desenvolvimento de habilidades e competências para o mundo do trabalho, dentro da carga horária presencial três vezes na semana, nos turnos vespertino ou noturno.

“Os alunos participam das ações em uma carga horária presencial inferior ao curso tradicional de EJA que é ofertado por outras escolas. Em três dias da semana, as aulas são presenciais e nos outros dois dias o aluno recebe estudo dirigido para casa. Nos últimos dois anos, vimos que a evasão escolar diminuiu em 18% e atribuímos a esse diferencial, pois há relatos de alunos de que na EJA do SESI é possível conciliar os estudos, o trabalho, a família e o lazer”, explicou a gerente da EJA, Patrícia Bezerra.

 

Novo recorde

O total de mais de 700 alunos matriculados é o novo recorde da EJA em uma única instituição. O interesse para a retomada desses estudos, segundo Patrícia, é 90% fruto da indicação de ex-alunos da EJA SESI, de acordo com pesquisa de satisfação feita anualmente. Bezerra destaca o ensino diferenciado e adequado ao aluno-trabalhador como o principal fator de busca da população.

De acordo com o professor de matemática da EJA SESI, José Huilari, o ensino precisa ser diferenciado do ensino regular. Para ele, o aluno já traz uma bagagem de aprendizado que precisa ser aguçada e motivada diariamente para não desmotivá-lo. 

“Se você perceber alguma dificuldade no aluno e não se aproximar, ele simplesmente se desmotiva e desiste. Apesar da idade normalmente mais avançada, você percebe o interesse maior no aprendizado. É um aluno diferenciado, não aceita as informações com facilidade, sempre pergunta o porquê daquela resposta e isso é muito bom”, ressaltou ele.

Para Huilari, o professor precisa sempre tornar o assunto o mais palpável possível para que o aluno possa ver e questionar. A EJA do SESI oferece reforço nas matérias de português e matemática para que aquele aluno que precisa de uma atenção maior tenha uma aula particular agendada no contraturno dos estudos.

A Educação de Jovens e Adultos do SESI oferece turmas nos turnos vespertino (13h30 às 16h30) e noturno (18h30 às 21h30) para os ensinos fundamental 1 (2º ao 5º ano) e fundamental 2 (6º ao 9º ano), com idade mínima de 15 anos, e ensino médio, com idade mínima a partir dos 18 anos. Mais informações pelo 3238-5226 ou e-mail [email protected]

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