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Recuperação que tarda

18 DE OUTUBRO DE 2016

 Muitos empresários insistem em produzir bens e serviços, mesmo vivendo as incertezas que cercam nossa economia. Contribui para essa desconfiança sobre a recuperação, que tarda a crise mundial, a desarticulação da principal cadeia produtiva brasileira de óleo e gás, a insegurança jurídica que espanta as empresas estrangeiras que querem vir para o Brasil e, principalmente, para a Zona Franca de Manaus, bem como a retração no volume de concessão de crédito, que em 2015 recuou (-) 3,6% e nos primeiros oito meses deste ano (-) 8,3%. Isso nos mostra que a economia demorará mais para se recuperar.

Os desembolsos de financiamentos do BNDES no ano passado foram de 136 bilhões de reais, 28% menor que em 2014, enquanto que no primeiro semestre de 2016 totalizaram 40 bilhões de reais, 42% menor que no mesmo período de 2015.

Todas as empresas enfrentam dificuldades no fluxo de caixa porque os bancos estão fazendo uma rigorosa seleção para conceder o crédito, quem consegue paga em média juros de 33%, principalmente as pequenas e médias empresas, aproximando-se o custo do financiamento ao do crédito ao consumidor. Essas restrições ao crédito dificultam muito a recuperação econômica.

Com a queda do consumo e a possibilidade de falência das empresas, tornam-se cada vez mais exigentes os critérios para a aprovação do crédito.

A inadimplência aumentou muito entre as empresas, chegando a superar a inadimplência da pessoa física. Todas essas restrições deterioram a capacidade industrial, afetando o investimento, o emprego e a geração de renda, tornando-se uma bola de neve incontrolável que afeta de forma irremediável a eficiência produtiva.

No Polo Industrial de Manaus (PIM), o faturamento do primeiro semestre do corrente ano em relação ao mesmo período do ano passado recuou (-) 25,3% em dólar, contribuindo para esses resultados negativos principalmente dois subsetores, eletroeletrônico com (-) 30,5% e duas rodas com (-) 34%.

Ambos são os que mais empregam dentro do Polo Industrial, razão pela qual tivemos em junho uma queda da mão de obra de aproximadamente (-) 22% em comparação com o mesmo mês de 2015.

As exportações no primeiro semestre caíram (-) 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado, bem como as importações, em volume superior a (-) 50%, demonstrando uma queda na produção das empresas do PIM.

Para exemplificar, vemos o percentual de queda na produção dos principais produtos fabricados no Polo, no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015: Ar “Split” caiu (-) 65,3%, Aparelhos DVD (-) 64,7%, Forno de Micro-ondas (-) 47,5%, Motocicletas (-) 32,7%, TV LCD (-) 17,6%, Relógio (-) 17,8% e Celular (-) 12,8%.

Como se comprova, a crise tem atingido violentamente a Zona Franca de Manaus e o Polo Industrial, razão pela qual insisto dizer que precisamos de medidas locais que incentivem o investimento, gere emprego e facilite a atração de empreendimentos, minimizando a burocracia e desonerando a carga de impostos.

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