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Muita cautela nesta hora

24 DE MAIO DE 2016

 Palavras do secretário da Fazenda do Estado, Afonso Lobo, dão conta de que entre os segmentos mais afetados pela crise econômica no Amazonas está o industrial, que apresenta o mesmo nível de arrecadação de 2010. A queda na arrecadação do Estado nos primeiros quatro meses deste ano, segundo o secretário, atingiu valor superior a R$ 400 milhões.

O governo vem se esforçando de forma criativa e oportuna, para encontrar meios de enfrentar as dificuldades, que não são poucas, a fim de levar a bom termo a governabilidade do Estado.

A crise provoca inúmeros problemas, não só na arrecadação que movimenta a máquina pública, como também no cotidiano do povo. Quando afirmamos que a indústria está em crise, com queda de produção e faturamento, falamos também da queda e da inviabilidade de se manter empregos.

É inexorável que o resultado da redução da demanda provoca a queda da produção e do faturamento, que por sua vez diminui mão de obra.

Todos reconhecem a necessidade de se encontrar uma saída, entretanto muitos são contra qualquer medida que atinja negativamente a sua atividade, seja reduzindo privilégios, empregos, rendimentos e/ou lucros.

Mas, o momento está a exigir um conjunto de ações capazes de recuperar a confiança do empresariado. Entretanto, é preciso muita cautela, evitando-se atalhos que, ao invés de melhorar, podem deteriorar ainda mais a economia do Estado.

O que precisa ser o centro norteador das políticas a serem revistas são a competitividade e a produtividade de todo o setor industrial. Desenvolver ações que melhorem o ambiente de negócios, eliminando obstáculos que afetam os investimentos e a operação das empresas, é importante para que possamos superar essa crise sem aprofundar ainda mais o trauma do desemprego.

Conforme os indicadores industriais apresentam, houve quedas acentuadas no emprego, na massa salarial real, no número de horas trabalhadas, na produção e no rendimento médio real, portanto, não podemos errar na adoção de medidas que visem somente aumentar a carga tributária da indústria.

É preciso ter em mente que imposições de novas obrigações acessórias às empresas, em vez de desenvolver programas de simplificação e redução da burocracia tributária, são erros que podem gerar um aprofundamento maior na crise.

O Governo José Melo vem agindo corretamente, ao controlar gastos e rever despesas, mas deve garantir também a sustentabilidade fiscal sem aumento de carga tributária e sem redução dos incentivos fiscais.

Os incentivos fiscais patrocinados pelo Governo do Estado juntamente com os incentivos federais para a Zona Franca de Manaus são os diferenciais importantes neste momento de crise.

Precisamos manter esses diferenciais sem aumentar a burocracia, a fim de que se tornem, cada vez, mais importantes motivos da decisão empresarial de aqui se implantar, gerando a curto e médio prazo, perspectivas de crescimento do emprego e da arrecadação de tributos, que aumentarão progressivamente com a vinda e atração de novos investimentos.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM

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