Manaus, 4 de agosto de 2020
A pesquisa Indicadores Industriais (amostra de médias e grandes empresas do Estado), elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), confirma indicadores positivos na comparação do mês de junho em relação a maio deste ano. O faturamento das indústrias em Manaus foi superior em 91,9%; houve crescimento de 1,8% na geração de empregos; horas trabalhadas subiram 88,4%; massa salarial teve aumento de 34,3% e; a utilização da capacidade instalada (UCI) também evoluiu 6,1 pontos percentuais (p.p), chegando ao patamar de 78,1% de ocupação.
Embora os números de maio tenham tido leve ascensão, ainda eram considerados resultados fracos, em razão da queda, considerada a pior da história, em abril, porém, já desenhava a recuperação que se confirmou em junho, constituindo-se no segundo mês consecutivo de crescimento.
Graças a Deus, gradativamente, vamos superando o grande baque provocado pelo pico de ocorrência da SARS-CoV-19. O destaque de junho foi o desempenho do indicador do emprego, que foi positivo em todas as comparações: aumentou em 8,7% em relação ao mesmo mês de 2019, e 7,5% ao se comparar o primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado.
A UCI também teve desempenho positivo. Foi maior 3,1 p.p, comparada com o mesmo mês do ano anterior e de 3,9 p.p quando conferidos os primeiros semestres. Com referência às horas trabalhadas, constatamos crescimento de 15,1% em relação a junho do ano anterior, porém, no acumulado do primeiro semestre, foi inferior em 8,6% ao mesmo período de 2019. A massa salarial, comparada tanto ao mesmo mês como ao primeiro semestre do ano anterior, revelou queda, respectivamente de 25,3% e 8,7%. Também o faturamento de junho, em relação ao mesmo mês de 2019, foi inferior em 12% e no acumulado no primeiro semestre dos dois anos em referência, a redução foi de 10,2%.
Nossa expectativa é que julho também tenha resultados que consolidem a recuperação, dando início a um segundo semestre de maiores índices para o aumento da confiança de empresários e trabalhadores. Caso essa tendência se confirme nos meses subsequentes, temos boas perspectivas de até o final do ano minimizar os efeitos imensamente prejudiciais ao nosso desempenho econômico em todos os setores, primário, secundário e terciário.
Com relação ao país, não podemos permitir aumento de impostos na reforma tributária, em discussão no Congresso, para que o Brasil não desça ao último lugar no ranking de competitividade de 18 países, pois há anos ocupa o penúltimo lugar, como mostra estudo da CNI em julho. Em artigo recente, o vice-presidente da CNI e presidente do Conselho de Política Industrial, Léo de Castro, destaca “que o custo adicional de se empreender aqui, em relação as demais nações”, isto é, o Custo Brasil, foi avaliado em levantamento do governo federal no ano passado em R$ 1,5 trilhão, ou 22% do PIB. Temos que melhorar.