6 DE JUNHO DE 2017
Estudo divulgado este mês pela South Centre, organização intergovernamental que reúne 53 países em desenvolvimento e emergentes, aponta que a crise econômica está longe de uma solução, devendo ter longa e lenta recuperação. A South Centre foi criada para combinar esforços e conhecimentos e formular planos de interesses comuns internacionalmente. Segundo os economistas da organização, Yilmaz Akyuz e Vicente Paolo B. Yu III, o Brasil tornou-se altamente vulnerável a choques comerciais e financeiros.
Na verdade, todos nós sabemos dos problemas provocados pela crise política e econômica que atravessamos. O Brasil há muito tempo carece de uma política industrial inteligente que incentive a produção, abrindo caminho para a simplificação e eliminação de gargalos que impedem o desenvolvimento do setor produtivo.
O País precisa urgentemente dar continuidade às reformas, para sair definitivamente da condição de apenas fornecedor de alimentos e matérias-primas para os países desenvolvidos. Já tivemos nos anos 70 as nossas exportações industriais crescendo a taxa de 15% ao ano, em relação às exportações mundiais de manufaturados.
Hoje nossas exportações industriais são pequenas e a participação da indústria no PIB é reduzidíssima. Em 2015 a participação industrial no PIB foi de 11,40%, o mesmo patamar de 1947. Em 1985 a indústria chegou a ter participação de 21,6%, caindo em 30 anos 10 pontos percentuais.
Em 2016 e 2017, essa participação com certeza será ainda mais reduzida. O que sustenta a economia brasileira atualmente é o setor de produção de matéria-prima e a agricultura, haja vista o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre de 2017 em relação ao último trimestre de 2016, que interrompeu uma série de quedas, que só foi possível graças ao desempenho do setor agropecuário que cresceu 13,4%.
Entretanto se compararmos com o primeiro trimestre de 2016 houve redução de 0,4% e no acumulado de 12 meses, a economia teve uma queda de 2,3%. Infelizmente o setor industrial que nesse primeiro trimestre de 2017 teve o desempenho positivo de 0,9%, em relação ao último trimestre do ano passado, continua amargando queda na produção, excesso de estoques, demissões e ociosidade nas fábricas.
No Amazonas o cenário não é diferente, mesmo assim, continuamos lutando para superar as adversidades e incentivando todos aqueles que apesar da crise continuam investindo e acreditando no empreendedorismo. Razão da bela festa no dia 26 de maio, no Clube do Trabalhador, quando a FIEAM e o CIEAM distinguiram em 2017, como industrial do ano Carlos Alberto de Souto Maior Conde, o empresário Roberto Benedito de Almeida, microindustrial do ano, a maior exportadora de 2016, Recofarma do Amazonas Ltda., e concederam Medalha do Mérito Industrial Moysés Israel ao ex-governador Amazonino Mendes e ao General de Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. Justa homenagem àqueles que contribuíram para o desenvolvimento e da indústria amazonense.