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Hora de escolher um lado

Manaus, 24 de março de 2020

O mundo se vê diante de um dos maiores desafios impostos à sociedade. Estamos a enfrentar um inimigo que atinge a todos, em escala global, que afeta a toda atividade humana.
É hora de nos unirmos diante desse quadro e mostrarmos o nosso histórico e admirável pragmatismo nas relações internacionais, tradição da escola de Rio Branco, com a manutenção do Brasil no cenário internacional como uma importante voz política e comercial, a exemplo dos blocos econômicos a que integra.
Devemos atuar direcionados para garantir a expansão de nossos mercados com parcerias bilateriais e multilateriais capazes de assegurar mercados para nossos produtos. Por isso, endosso e transcrevo aqui artigo do companheiro Gustavo de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT):
Cada vez mais o mundo vai precisar do Brasil, grande produtor de alimentos e detentor de riquezas naturais incalculáveis. É a hora do Brasil finalmente transformar sua neutralidade diplomática histórica em oportunidade de relações comerciais com todos os países que puder.
Isso significa que, nas guerras comerciais entre árabes e judeus, chineses e americanos, ingleses e europeus, por exemplo, o Brasil deve ter um lado só: o lado do Brasil, dos melhores interesses do Brasil. Essas brigas não são nossas, e tentar tomar lado nelas só nos diminui como país.
Nesse contexto, a verborragia parlamentar não ajuda a diplomacia comercial. Se, por exemplo, para “fazer graça” com os americanos insistimos em atacar e culpar os chineses pela Covid-19 nos enfraquecemos muito, pois na hora em que a China nos fechar as portas, os Estados Unidos param de nos cortejar e nos tratar como a noiva do ano para começarem a nos tratar como o cunhado que quer dinheiro emprestado.
A atividade parlamentar requer a capacidade de falar para o seu público sem, contudo, deixar de perceber que este mesmo público pode ser atingido pelos seus ataques a quem, em última instância, o está ajudando. A China contribui muito com Mato Grosso e com o Brasil, enquanto os Estados Unidos só nos respeitam porque temem que o Brasil aumente seu fluxo de comércio com a Ásia, enfraquecendo e substituindo as posições americanas. Resumindo: a China é cliente. Os Estados Unidos são parceiros – mas também são poderosos concorrentes.
O Brasil pode ser a China na América. Tem um grande dever de casa pra fazer, mas pode chegar lá. Porém, para abrir as fábricas de alimentos e outros, precisamos fechar as fábricas de bravatas. Estamos em 2020 – já passou da hora de o contexto preconceituoso das décadas de 1960 a 1980 com os então países comunistas ficar na história.
Aos que quiserem continuar com a verborragia, sugiro protagonismo em um novo volume do febeapá, de Sergio Porto, iniciado em 1966 sob o pseudônimo da Stanislaw Ponte Preta.
Febeapá é a sigla para “Festival de besteira que assola” e talvez seja, junto com a seleção de 1962, o único resquício dos anos 1960 que nos faz rir. Material para uma nova edição 2020 não tem faltado.
É hora de olhar o futuro.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM

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