20 DE NOVEMBRO DE 2018
O final do ano se aproxima e, como sempre, temos esperanças de que coisas boas aconteçam para que tenhamos 2019 muito melhor do que 2018, possibilitando a volta do crescimento e desenvolvimento sustentável da economia brasileira.
Mas, não somos ingênuos em negar a percepção da existência de enormes obstáculos, principalmente as dificuldades em duas áreas de importância vital para o crescimento: investimentos, que se apresentam em níveis baixíssimos e a situação fiscal, federal e estadual.
Quase todos os estados brasileiros têm ampliado o volume de pagamentos não realizados aos fornecedores, deixando esse abacaxi para ser descascado pelos futuros governadores que, por sua vez, a partir de janeiro do próximo ano irão pressionar o governo federal em busca de socorro.
Não obstante a situação fiscal grave em todo o país, o Congresso em final de mandato tem aprovado gastos novos, entre eles, por exemplo, a elevação dos salários dos ministros do STF, não que eu seja contra ou que eles não mereçam, não me cabe essa avaliação, mas não acho oportuno o momento, visto que esse tipo de gasto provoca um aumento em cascata atingindo o Poder Executivo e os estados, o que irá provocar maior pressão na arrecadação que não poderá ser solucionada por meio do estabelecimento de mais impostos.
Outro motivo de preocupação é a criação do superministério da Economia, que provoca nos empresários o temor de que se crie um monstro da burocracia.
Por outro lado, em início de mandato o governo tem a oportunidade de, no próximo ano, aprovar no Congresso os avanços necessários e substanciais na área fiscal e previdenciária, aproveitando o clima de expectativa positiva, política e popular.
Se não for possível viabilizar essas aprovações até o final do primeiro semestre do próximo ano se desvanecerão as expectativas favoráveis que foram criadas após as eleições.
Dúvidas também persistem pela falta de experiência de alguns indicados para pontos chaves da administração federal. Felizmente, não é o caso da indicação do diretor do Santander, Roberto Campos Neto, para a presidência do Banco Central no próximo governo, cujo nome deverá ser submetido à sabatina e aprovação do Senado. Trata-se, é bom observar, de um profissional com vasta experiência na área financeira, com pós-graduação em economia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Quanto a nós, no que diz respeito à Zona Franca de Manaus (ZFM), a classe empresarial em alguns setores demonstra estar um pouco apreensiva, em razão dos possíveis desdobramentos da discussão da reforma tributária e dos rumos que poderão ser tomados.
Devemos nos preparar para discutir com as autoridades eleitas o respeito às promessas de campanha, para a preservação dos benefícios fiscais, ou substituições por outros, que mantenham o diferencial de vantagens que viabilizem as possibilidades de crescimento e desenvolvimento socioeconômico. Em que pese o quadro de incertezas, permanecemos confiantes nas oportunidades excepcionais de negócios da ZFM.