O encerramento do projeto voltado ao fortalecimento de startups lideradas por mulheres, o Ela Empodera + Amazônia, realizado ontem (10) na FIEAM, contou com a apresentação de quatro startups que compartilharam suas soluções inovadoras ao público composto por investidores e outros atores do ecossistema de inovação. A iniciativa é resultado de parceria entre o CIDE (Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial), e a Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) financiado pelos recursos do PPEI (Programa Prioritário de Empreendedorismo e Inovação).
“Das 40 incubadas que nós temos no CID, hoje, 18 tem mulheres à frente, donas do próprio negócio. Então, quase a metade das incubadas são mulheres que buscam transformar a nossa região”, comenta o diretor executivo do CIDE, Jander Cavalcanti. Ele garante que durante a nova gestão pretende focar na busca por parcerias estratégicas que criem oportunidades para que as startups do programa de incubação possam aprimorar suas soluções e se aperfeiçoar de forma competitiva.
Sobre o programa, o coordenador de Projetos de Inovação do CIDE, Felipe Taveira, explica que o Ela Empodera + Amazônia concedeu às startups selecionadas, que passaram por um roadmap de mentorias e capacitações, um aporte de R$ 30 mil para a criação de seus produtos mínimos viáveis (MVPs). “O evento de hoje é uma celebração de todo esse processo, assim como uma oportunidade de realizar uma avaliação dos produtos por meio da banca que está preparada para dar feedbacks individuais às empreendedoras”, explica Taveira.
Cinthia Lisboa é engenheira química especialista em gestão ambiental, CEO da startup 3 Elementus, especializada em soluções de descarbonização para empresas que iniciam sua jornada rumo à neutralidade de carbono. Como MVP, Lisboa explica que foi criado um e-book, videoaulas e um site com o objetivo de demonstrar o compromisso da 3 Elementus, com a redução das emissões de gases de efeito estufa e servir como um meio eficaz para a atração e engajamento de clientes potenciais. “Queremos promover conteúdo de alta qualidade e oferecer consultoria estratégica. Nossa empresa busca não apenas educar e informar o mercado sobre práticas de descarbonização, mas também identificar e compreender os perfis e necessidades dos clientes”, afirma a CEO.
Pensando em gestão escolar, a engenheira ambiental Paula Ribeiro, CEO da INOVASST, startup de impacto social em saúde e segurança do trabalho, trouxe como MVP a SSOBOX, um kit com atividades educativas. O produto inclui um jogo de tabuleiro adaptável, com objetivo de auxiliar os professores do ensino médio no processo de ensino-aprendizagem das disciplinas de biologia, química e física integradas ao preparo do estudante para o mundo do trabalho alinhado com as habilidades da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “A caixa conta com cinco atividades que atendem a 12 habilidades e auxiliam na jornada de aprendizado, interdisciplinaridade e pensamento crítico”, esclarece Ribeiro.
Com o propósito de oferecer teleconsulta farmacêutica, a startup MyDIGICARE desenvolveu como MVP uma remodelagem da sua plataforma de cuidado farmacêutico digital. “Além de ampliar o acesso à saúde da população da Amazônia Ocidental, promovendo um cuidado sem fronteiras, reduzindo as desigualdades sociais, melhorando a qualidade de vida e redução de custos para o todo o ecossistema de saúde, queremos gerar novas oportunidades de emprego, principalmente para mulheres que, em função da maternidade, não conseguem ter acesso ao mercado de trabalho presencial”, relata a PhD e CEO da empresa, Marlise do Santos, que cita o telemonitoramento integrado com o Whatsapp como um dos serviços da plataforma de pós atendimento médico.
A trilha do aprendiz é uma startup que visa conectar jovens ao mercado de trabalho. A advogada e CEO Helen Araújo conta que o MVP da empresa foi a criação de uma inteligência artificial (IA) chamada LEIA, especializada na interpretação e aplicação da lei de aprendizagem que estabeleceu as regras, os direitos e os deveres para a contratação de jovens aprendizes, com idade entre 14 e 24 anos, pelas empresas de médio e grande porte. A IA, como explica Araújo, é capaz de prestar ajuda jurídica com “dashboard”, que possibilita fazer diversas perguntas sobre leis e decretos.
Além das apresentações das startups, o evento também contou com a palestras “Pessoas, Empreendedorismo e Inovação” ministrada pela autora do Método AION de Gestão do Tempo, Maria Augusta Orofino. A palestrante é pesquisadora, TEDx Talker, educadora corporativa nas áreas de Inovação, Liderança, Gestão do Tempo e Metodologias Ágeis, responsável também pela implantação de 13 polos de inovação em Santa Catarina.