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Seminário debate fortalecimento da Indústria da Saúde no Amazonas

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) realizou hoje (07) o Seminário do Programa Conhecendo a Indústria: Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS) e a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). O evento, uma iniciativa do Governo Federal e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), reuniu representantes dos Ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional e da Saúde, juntamente com especialistas da indústria.
Na ocasião, a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Adriana Alves, explicou que o PNDR visa reduzir as desigualdades econômicas e sociais, intra e inter-regionais, mediante a criação de oportunidades de desenvolvimento que resultem em crescimento econômico, geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população. Dessa forma, o CEIS, que é o conjunto de setores industriais e de serviços que compõem a base produtiva da saúde (base química e biotecnológica, base mecânica, eletrônica e de materiais, e os serviços de saúde), cria janelas de oportunidade para o fortalecimento da indústria com um olhar regional, conforme priorizado pela PNDR.
“A partir das políticas públicas que estamos implementando, queremos alcançar as sinergias necessárias no território para provocar transformações positivas, analisando como a PNDR se alinha com as principais apostas nacionais deste novo ciclo de governo”, disse a secretária, ressaltando sua gratidão pela parceria com a CNI, com quem prevê firmar um amplo acordo de cooperação que incluirá diversos temas, entre eles o CEIS e as maneiras pelas quais o Ministério da Saúde pode contribuir para o desenvolvimento da indústria, promovendo o desenvolvimento das regiões além das capitais.
O vice-presidente da FIEAM e presidente em exercício, Nelson Azevedo, destacou o potencial do Amazonas para a implementação de uma significativa cadeia produtiva do polo farmacêutico brasileiro. “Possuímos uma das maiores reservas de recursos naturais da biodiversidade, que podem ser utilizados para o desenvolvimento da biotecnologia industrial. Com produtos essencialmente naturais e seguros e uma estrutura robusta para a transformação de matéria-prima, poderemos avançar na diversificação da indústria amazonense”, afirmou.
O especialista do Observatório da Indústria, Danilo Severian, destacou, em sua análise de dados, que os anticorpos monoclonais são proteínas produzidas em laboratório que ajudam a combater organismos invasores, como bactérias, vírus e toxinas, e que podem ser usados para diagnosticar e tratar diversas doenças. Ele observou que esses medicamentos possuem uma importação muito relevante para o Brasil. “A Europa distribui a produção desses medicamentos em seu território, chegando ao ponto de o Brasil importar os medicamentos já embalados e rotulados em português. Isso causa até uma desarticulação no nosso setor de embalagens”, afirmou Severian, que argumenta que o Brasil está perdendo expertise nacional devido a essas importações. “Somos um país com população em envelhecimento, com cerca de 210 milhões de habitantes. Isso indica que a importação de certas classes medicamentosas, como os anticorpos monoclonais, tende a crescer”, concluiu.
O pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Microeletrônica (ISI-ME), Carlos Pereira, presente no painel “Inovação e Desenvolvimento Tecnológico para o CEIS”, explicou que o instituto realiza pesquisas voltadas para semicondutores, processos, design de chips e circuitos integrados, além de trabalhos para a área de saúde, como o desenvolvimento de equipamentos para diagnóstico de doenças, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“A Fiocruz tinha todo o conhecimento biológico e de desenvolvimento do diagnóstico, mas utilizava equipamentos de laboratório importados, que não eram fabricados no Brasil. Então o SENAI, em conjunto com sua expertise em microeletrônica, desenvolveu um equipamento para esse fim, que pudesse ser distribuído no SUS a um custo acessível. Esse equipamento teve recentemente uma patente depositada, e já temos empresas interessadas em produzi-lo”, contou o pesquisador.
Após o evento, a comitiva de representantes governamentais, da indústria e da área da saúde realizou uma visita ao Centro de Bionegócios da Amazônia. Amanhã, a comitiva visitará a empresa NOVAMED, a primeira indústria a produzir medicamentos na Zona Franca de Manaus.

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