Apresentar o trabalho de gestão de excelência do serviço militar à comunidade civil foi intenção da exposição da Marinha do Brasil na 18ª Mostra de Gestão e Melhorias para Qualidade. Seis organizações da Marinha participam desta edição do Programa Qualidade Amazonas (PQA 2017) nas modalidades Gestão e Processo.

O vice-almirante Luís Antônio Rodrigues Hecht, comandante do 9º Distrito Naval, destacou que a Marinha sempre se preocupou com a qualidade, mas a divulgação dos procedimentos para a sociedade não era priorizada.

“Vários procedimentos da teoria geral da administração são colhidos do campo militar, da nossa rotina. A Marinha é muito bem organizada e preparada. Conhecemos bem o que é gestão da qualidade, porém o que nos faltava era expor nosso trabalho para a sociedade”, disse o vice-almirante Hecht.

Em 2016, a Marinha participou pela primeira vez do PQA com três organizações. Neste ano, essa participação dobrou com a entrada da Estação Naval do Rio Negro, Centro de Intendência da Marinha em Manaus, Serviço de Sinalização Náutica do Noroeste, Comando da Flotilha, Navio Patrulha Amapá e 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral.

“A Marinha vem investindo em organização, em administração, em gestão, sobretudo em qualidade há muito tempo. Passamos a participar dos programas da qualidade e em nossa primeira participação no Amazonas, todas as nossas organizações foram premiadas, o que motivou a adesão de outras organizações a se inscreverem neste ano no PQA”, disse o vice-almirante, destacando que os resultados têm sido expressivos, evidenciados nas inspeções militares com maior comprometimento e progresso na qualidade dos serviços militares desempenhados.

O capitão de fragata, Marcos Carvalho, expôs a melhoria no processo de acompanhamento e análise de levantamentos hidrográficos, atividade que contribui com a segurança da navegação, desenvolvimento, e integração social da Amazônia, além da soberania do Brasil com a presença da Marinha nos rios da Região Norte.

As melhorias avaliadas impactam diretamente no processo finalístico de instalação de sinalização náutica. Segundo o capitão Marcos, o trabalho de elevar a eficiência no serviço e melhorar a qualidade nas ações começou com a priorização da análise dos levantamentos hidrográficos sem aumentar recursos humanos e sem custos adicionais para a organização. O serviço era realizado por dez militares, sendo seis praças e quatro oficiais.

Carvalho revelou que o maior gargalo nos procedimentos era a dispersão das atividades atribuídas aos militares que tinham responsabilidade em desenvolver acompanhamento e análise de levantamentos hidrográficos.

O serviço de análise para geração da carta náutica tem um prazo de entrega de 30 dias, porém foi constatado em 2016 falhas de atraso de até 180 dias.

A melhoria partiu da decisão de atribuir exclusividade no serviço da área hidrográfica, treinamento e estabelecimento de procedimentos operacionais.

“Identifiquei o problema do atraso na análise da carta náutica e a melhoria veio com decisões simples. Continuamos com o mesmo número de militares, priorizando a exclusividade de seus serviços nesta atividade, fazendo o treinamento e atentando para os procedimentos estabelecidos. O resultado veio em dois meses e de janeiro a março deste ano tivemos o retorno esperado”.

A 18ª Mostra de Gestão e Melhorias para Qualidade é promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e ocorre desde terça-feira, 26, com sua conclusão na sexta, 29. A exposição de modelos de qualidade está sendo realizada no auditório da Suframa, Distrito Industrial. No total, 31 relatórios serão apresentados na corrida pelo Prêmio Qualidade Amazonas 2017.