A cidade de Pacaraima, localizada a 213 km de Boa Vista (RR), recebe por dia, em média, 535 imigrantes venezuelanos, segundo dados da Polícia Federal apresentados pelo coronel do Exército, Pedro Souza Holanda, em reunião com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). Cerca de 180 mil imigrantes venezuelanos registraram entrada no Brasil, entre 2018 e 2019, e não deixaram o país.
“Nós temos a missão de realizar a interiorização dos imigrantes em situação de vulnerabilidade, provenientes da Venezuela, a fim de permitir sua integração socioeconômica e manter o ordenamento da fronteira em Pacaraima e o abrigamento de imigrantes vulneráveis na interiorização”, explicou Holanda.
Dentro desse processo da chamada “Operação Acolhida”, que envolve 11 ministérios e conta com o apoio de organizações da sociedade civil e de diversas agências da ONU, o programa está com foco agora não só no ordenamento da fronteira e na interiorização, mas principalmente nas oportunidades de emprego para essa população.
“Precisamos desse auxilio da empregabilidade. Não tem como Boa Vista sustentar esse número diário de imigrantes. No momento, o grande foco é retirar de lá e mandar para algum outro Estado”, disse ele. Com um Posto de Interiorização e Triagem (PIT) da Operação Acolhida, no estado, mais de 36 mil imigrantes estão cadastrados no sistema, por onde são identificados a partir de dados, como formação, experiências e conhecimentos do mercado de trabalho.
No cadastro é salvo o perfil de cada imigrante com histórico de formação e atuação na Venezuela. A ideia com esse banco de dados, segundo Holanda, é que as empresas de todo lugar do Brasil, demandem suas oportunidades de vagas para o programa e abram oportunidades de emprego também para os venezuelanos.
“O processo acontece da seguinte forma, uma empresa em qualquer lugar do Brasil demonstra interesse num perfil de imigrante para uma vaga na sua empresa, nós fazemos a busca nesse cadastro, que hoje tem mais de 36 mil imigrantes, e filtramos dentro do perfil estipulado de idade, experiência de trabalho, enfim, diversas exigências feitas pela empresa, como necessárias para aquele cargo e a partir daí, damos toda a estrutura para a empresa fazer entrevistas in loco ou online com aquele candidato”, contou ele.
O coronel explica que existe também todo apoio social para o imigrante, uma vez selecionado, sair de Boa Vista e se instalar no novo Estado, com um mês de aluguel social, cesta básica e auxilio em todo o processo de logística. “Ele não sai de qualquer forma, ele ganha CPF, Carteira de Trabalho e todas as vacinas necessárias, ou seja, preparamos esse imigrante de modo que ele realmente saia de lá em condições de se integrar à sociedade”, ressaltou Holanda.
Para o vice-presidente da FIEAM, Nelson Azevedo, as atividades de proteção e assistência aos venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima, são extremamente necessárias e meritórias a todos os envolvidos na Operação Acolhida. “Em Manaus, venezuelanos são vistos diariamente nos sinais, em busca de uma oportunidade, muitos deles com a família inteira precisando desse auxilio. É preciso sensibilizar a população como um todo”, relatou ele.
Para mais informações e oportunidades de auxiliar nesse processo, os interessados podem falar com a célula de Interiorização da Operação Acolhida pelo e-mail [email protected], ou na central de vagas pelo Whatsapp: (95) 99905 2173.