Inovação na distribuição da água tratada em áreas de palafitas, becos, vielas e rip raps está na mira do projeto de Inovação apresentado pela empresa Águas de Manaus na 21ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade, e que lhe valeu o Troféu Prata na categoria Grande Indústria no Prêmio Qualidade Amazonas (PQA).
A empresa também concorreu com o Programa Vem Com a Gente, criado em 2018, como Projeto de Melhorias, que lhe valeu uma Menção Honrosa no PQA 2020. O programa promove acessibilidade através de soluções de abastecimento de água para locais de difícil acesso, proporcionando redução de perdas e contribuindo para evolução contínua do abastecimento.
O programa tem como foco a aproximação da concessionária na prestação de serviço de abastecimento de água junto à população, atrelando questões de saúde pública, responsabilidade social e ampliação da tarifa social. De acordo com o coordenador do Vem Com a Gente da Águas de Manaus, Carlos Bittencourt, utilizando dados do IBGE e da antiga concessão da empresa foram mapeadas áreas de difícil acesso e utilizado uma matriz de priorização para saber qual bairro deveria atender primeiro, resultando no projeto piloto no bairro Cachoeirinha.
“Descobrimos os ‘invisíveis’ pelo IBGE e demos dignidade às pessoas com inclusão na tarifa social e comprovação de moradia. É um mundo à parte que Manaus inteira não conhece. A taxa de ocupação das casas é muito maior do que a gente talvez trataria de um espaço convencional e a ideia, com o programa, é passar, dentro da matriz de priorização, por toda a cidade até maio de 2021. Depois será estruturado um organograma que tenha pessoas fixas para manutenção do serviço”, disse ele.
Os obstáculos principais para execução, segundo Bittencourt, se deram pelas mudanças de desenvolvimento dentro dos padrões convencionais para execução da rede de água. Por se tratar de áreas de difícil acesso foi preciso a área de engenharia elaborar um croqui com um modelo inovador de fixação das tubulações de água para as regiões de palafitas, becos, vielas e rip raps.
“Na metodologia tradicional do sistema de abastecimento de água, fazemos a escavação e tubulação enterrada e nessas áreas de difícil acesso a gente não consegue nem subterrânea e tem dificuldade também na forma que a gente possa preservar e não tenha nenhuma contaminação apesar da distribuição ser pressurizada”, relatou ele.
Para atender à demanda nos igarapés foram colocados piquetes, seguros no chão, utilizando um tubo de material Pead (Polietileno de Alta Densidade) que são mais flexíveis, na mesma altura que tem as travessias e a parte em que as pessoas andam, para evitar que não fique abaixo da linha da água. Para as palafitas, Bittencourt explica que foram implantadas as redes de água de forma aérea, utilizando cabos de aço e os piquetes para sustentação, além de mudanças nas extensões desenvolvidas nos becos, vielas e rip raps, em que a execução foi através do envelopamento com concreto.
“Criou-se também os totens que é uma estrutura de concreto onde são instalados os hidrômetros de modo que fiquem alinhados e atendam ao padrão para leitura de consumo. Foram mais de 10.400 novas matrículas desde agosto/18 ate julho/20 e já atingimos o patamar de mais de 50 km de redes dentro dessas áreas”, pontou.