O desenvolvimento regional (sustentabilidade, desafios e perspectivas) esteve no centro do debate ontem (26) na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), que contou com a participação de 65 estagiários do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (Caepe) da Escola Superior de Guerra (ESG). O diretor adjunto da instituição, Augusto Cesar Barreto Rocha, e o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, atuaram como moderadores do painel.
Na turma de estagiários estavam civis de órgãos governamentais e da iniciativa privada, militares das Forças Armadas e das polícias estaduais de diferentes regiões do Brasil, além de três oficiais estrangeiros oriundos da Argentina, Índia e Jordânia. Também participaram mestrandos do programa de pós-graduação em Segurança Internacional e Defesa da ESG.
Augusto Cesar Rocha destacou a relevância da indústria de transformação para a economia do Amazonas e os desafios que envolvem o futuro da região. “O Amazonas é baseado na indústria de transformação, responsável por 52% do valor bruto da produção. A vocação deste estado é a indústria, e isso precisa ficar muito claro. Muitas vezes há um erro de percepção sobre a Amazônia, mas é esse setor que sustenta nossa economia e gera tributos muito acima da média nacional”, afirmou.
Rocha também ressaltou a necessidade de inovação e investimentos em bioeconomia como caminho para o desenvolvimento sustentável. “Quanto mais continuarmos extrativistas, mais seremos empurrados para a condição de colônia. O que precisamos é agregar valor à nossa biodiversidade com ciência, tecnologia e inovação”, assinalou.
Já o secretário executivo da Sedecti, Gustavo Igrejas, apresentou dados atualizados sobre os investimentos captados no estado e ressaltou o papel das políticas públicas. “Somente na última reunião do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas) foram aprovados 189 projetos, que somam R$ 9,4 bilhões em investimentos e garantem mais de 132 mil postos de trabalho. Esses números mostram que o Amazonas não é apenas um polo consolidado, mas um estado em plena expansão econômica”, disse.
O encontro reforçou a importância da aproximação entre academia, setor produtivo e poder público, trazendo aos estagiários da ESG uma visão prática e atualizada sobre os dilemas estratégicos que envolvem o desenvolvimento amazônico.
Ao final das apresentações, Augusto Cesar Rocha e Gustavo Igrejas receberam certificados de participação entregues pela comitiva da ESG como forma de reconhecimento às contribuições e reflexões compartilhadas. O gesto simbolizou a valorização do tempo e do conhecimento dedicados pelos conferencistas ao diálogo com os futuros formuladores de políticas e estrategistas nacionais.