29 DE MAIO DE 2018
Como fumaça, esvaem-se as esperanças de uma recuperação econômica mais rápida que proporcione ao País melhores dias para a produção da indústria nacional e para a geração de mais empregos, com o correspondente aumento de renda da população. Se os últimos e graves acontecimentos são ruins para o País, como um todo para nós da Zona Franca de Manaus (ZFM) também é muito preocupante.
Os reflexos da greve dos caminhoneiros, desde a semana passada, causaram grandes perdas às empresas e afeta as indústrias do Amazonas e, em especial, as que compõem o Polo Industrial de Manaus (PIM).
Sendo justas ou não as reivindicações dos caminhoneiros, o fato é que os bloqueios das estradas interromperam o transporte de insumos, partes, peças e componentes essenciais na fabricação de produtos finais, afetando principalmente os setores de duas rodas e o eletroeletrônico, carros chefes do nosso potencial de produção e maiores geradores de emprego.
Algumas indústrias já estão paralisando ou reduzindo suas produções, tendo em vista a ameaça de falta de reposição e, caso não tenha uma rápida solução, outras empresas também serão paralisadas, gerando um prejuízo enorme para a nossa economia.
Porém não só a indústria, mas toda a população sofre com os efeitos da greve, ocasionando desabastecimento geral de gêneros alimentícios, combustíveis, medicamentos etc., prejudicando o funcionamento de hospitais, escolas e outras atividades importantes no dia a dia da população.
Esperamos que o anúncio do Governo, na noite de domingo passado, que se compromete em reduzir na bomba o valor do diesel para R$ 0,46 o litro durante 60 dias, isenção do pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios, além da promessa de que os reajustes após o prazo anunciado só ocorram a cada 30 dias, bem como a determinação para que 30% dos fretes da CONAB sejam realizados por caminhoneiros, assim como também o estabelecimento de tabela mínima de fretes e a manutenção do setor de transporte rodoviário de carga com a desoneração da folha, sejam suficientes para pôr fim a greve dos caminhoneiros, voltando à normalidade as atividades e recuperando o tempo e dinheiro perdidos.
Na oportunidade, queremos reafirmar a falta de cuidado necessário para tomada de medidas que afetam diretamente a vida e o trabalho do povo brasileiro. O Governo continua sem discutir, previamente, as questões importantes com as partes interessadas, visando única e exclusivamente sua sanha arrecadatória, sem medir as consequências de suas atitudes.
Qualquer oneração no transporte de carga repercute imediatamente em todas as cadeias produtivas, pois não há como aumentar ainda mais o preço do frete praticado. No fim, pela falta de sensibilidade, paga o povo brasileiro por todos os problemas que poderiam ter sido evitados.
Resta torcer pela volta mais rápida a normalidade, a fim de que possamos recuperar as perdas e a economia nacional para, finalmente, sairmos dessa crise que persiste, graças aos desacertos de nossos dirigentes.