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Exportações em crise

8 DE MAIO DE 2011

 Continuamos a comprovar queda das nossas exportações em relação ao mesmo período do ano passado. Isso poderá se agravar ainda mais se não conseguirmos impedir a valorização contínua do real que torna nossos produtos mais caros no mercado internacional, perdendo competitividade.

Enfrentamos vários outros problemas que se somam a questão cambial como, por exemplo, a lenta recuperação e, vez por outra, a recaída do nível de atividade econômica nos países que são os destinos de nossas exportações. Medidas foram tomadas pelo Governo para diminuir o fluxo de entrada de dólares que fazem com que a moeda americana caia constantemente em relação ao real.

Para isso, o governo estabeleceu o aumento geral dos depósitos compulsórios, a diferenciação do compulsório de acordo com o prazo do financiamento, as limitações para a transferência de carteiras de crédito e o aumento do IOF sobre empréstimos e financiamentos do exterior pelo prazo de até dois anos, medidas essas que tentam diminuir o fluxo de entrada de dólares e, consequentemente, conter sua desvalorização.

Entretanto, para segurar o aumento desproporcional da demanda em relação a oferta de produtos e diminuir ou desacelerar a inflação, o Governo tem aumentado os juros provocando além de déficit comercial, uma excessiva especulação dos hedges funds, que procurando maior rentabilidade para seus investimentos, fazem com que continue acentuada a entrada de dólares.

As dúvidas sobre quais medidas são mais adequadas persistem, mas precisamos dar um voto de confiança às nossas autoridades monetárias que se portaram tão bem durante a crise. Agora, por ironia do destino, eles serão cobrados para conter o crescimento muito forte da demanda, a desvalorização do dólar, a valorização do real e o crescimento da inflação, ao mesmo tempo em que deverão incentivar o aumento do emprego e do investimento.

No que se refere à competitividade e menor custo de produção, precisaremos capacitar nossos trabalhadores, eliminar gargalos de infraestrutura, diminuir significativamente a burocracia, criar regime de trabalho ininterrupto para os órgãos de liberação e fiscalização de cargas, disponibilizar e integrar modais de transportes – possibilitando maiores opções para distribuição de mercadorias -, diminuir a carga tributária incidente na produção e reduzir os custos da folha de pagamento.

São desafios que envolvem a todos, com mudança de comportamentos e estabelecimento de políticas que possam apresentar resultados que de fato mostrem o progresso perseguido. Pode parecer utópico, mas é possível.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM

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