20 DE JANEIRO DE 2015
Este ano para alcançarmos um crescimento mais satisfatório vai ser preciso muito trabalho e em momentos de crise as oportunidades de sucesso, apesar de mais raras, aparecem como chances primorosas e inacreditáveis. Muito do que acontece na economia é fruto da expectativa que se forma sobre o futuro, sobre aquilo que esperamos que aconteça nas ações do mercado, por isso é importante colaborar para um ambiente positivo de negócios.
Essa contribuição deve ter como prioridade três elementos indispensáveis, emprego, renda e crédito. Na verdade, a falta de crescimento da economia brasileira, no meu ponto de vista, foi e continua sendo ocasionada pela política equivocada de beneficiar as importações de produtos acabados, em detrimento da oferta da indústria nacional, reduzindo alíquotas de imposto de importação (II) e de produtos industrializados (IPI) das mercadorias vindas do exterior. Essa política prejudica tanto o Polo Industrial de Manaus quanto o Brasil. O mercado brasileiro sempre teve uma demanda forte, favorecida por níveis reais do salário em crescimento e nível alto de emprego, entretanto foram sendo eliminadas gradativamente e continuadamente as condições de competitividade da indústria, o que levou a um processo de estagnação dos investimentos e de expectativa negativa sobre as condições da economia interna.
Para que se volte a crescer com maior vigor, precisamos aumentar os investimentos em infraestrutura e educação. Torna-se crucial, eliminarmos gargalos tanto na produção quanto na distribuição dos produtos, tanto no avanço tecnológico quanto na qualidade, elementos indispensáveis para o ganho de competitividade. Não é impossível conciliar política monetária com as políticas cambial, fiscal, salarial e social. Por isso, devemos dar um crédito à disposição da nova equipe econômica em tentar reduzir os desequilíbrios e criar os meios necessários para que volte a crescer o investimento público, o privado e o PIB.
O ano se inicia com expectativas mais animadoras para aqueles que são otimistas e sabem aproveitar as oportunidades que aparecem. O Governo Federal por fim coloca na direção certa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, nomeando para comandar este importante indutor do desenvolvimento um homem de capacidade já provada e grande conhecedor das dificuldades e necessidades do setor industrial brasileiro, por ser um elemento oriundo da classe empresarial e político de grande atuação. Temos fé de que o Ministro Armando Monteiro, com o apoio da Presidenta Dilma, será capaz de possibilitar as condições necessárias para que a indústria brasileira resgate a competitividade e nos livre da trajetória do vôo de galinha da nossa indústria. A galinha, quando consegue voar, não se suporta no ar por uma distância muito maior e com mais tempo. Cremos em vencer as dificuldades deste ano, para que consequentemente o Modelo Zona Franca de Manaus receba os reflexos de uma trajetória econômica bem-sucedida do Brasil.