22 DE NOVEMBRO DE 2011
O agravamento da crise financeira na Europa mostra que a recuperação da economia daquele Continente, terá de passar antes por forte desaceleração. Mais uma vez a Itália nos dá mostra de racionalidade e coragem para resolver seus problemas. Antes foi a união dos juízes, com a ação “mãos limpas”, para debelar um mal do tamanho da Cosa Nostra (Máfia), que ameaçava com o “desgoverno” todo o país.
Agora, os políticos em sua maioria unem-se para recuperar a governabilidade e empreender uma cruzada contra a estagnação e a recessão, ao conduzir o professor de economia Mario Monti para o cargo de primeiro ministro da Itália. Formando uma equipe de alto gabarito, Monti procurará com urgência, mas com os devidos cuidados, adotar medidas que visem o crescimento com justiça social da terceira maior economia da zona do euro e um dos países fundadores da União Europeia. Também é importante a posse de Mario Draghi na presidência do Banco Central Europeu (BCE), excelente economista e experiente administrador foi diretor do Banco Mundial durante 6 anos, trata-se do mais respeitável economista italiano da atualidade. Portanto abre- se uma esperança na recuperação dos países europeus mais atingidos pela crise. Mas em que isso preocupa o Brasil? Ora, a moratória da Grécia é dinamite, se a Itália também sucumbir, o resultado será uma verdadeira bomba atômica. Vivemos num mundo globalizado onde os reflexos dessa crise sobre a economia brasileira são de difícil mensuração, mas certamente deverá atingir o consumo e o investimento brasileiro.
O Brasil, segundo alguns especialistas, está pelo menos 60% mais preparado que na crise de 2008/9, quando tinha ativos financeiros de R$ 648,4 bilhões e hoje, tem R$ 1,1 trilhão, não quebrará se o mundo desabar, entretanto não crescerá. Para o Amazonas e para o Polo Industrial de Manaus, todo o reflexo que possa haver na desaceleração da economia do Brasil, afetando o consumo de bens que são produzidos aqui é preocupante. Felizmente vemos a adoção de algumas medidas pelo Governo Federal, para conseguir manter o crescimento em pelo menos 3,5% e evitar o desemprego. Foi anunciada na semana que passou medidas para que os Estados aumentem em até R$ 37 bilhões seu endividamento para investimentos e o Banco Central aliviou o aperto do crédito que havia adotado para desaquecer a economia. São medidas acertadas destinadas a acelerar os investimentos em infraestrutura e manter o consumo em nível que não gere o desemprego. Medidas mais enérgicas com certeza deverão ser tomadas, como a redução mais rápida e intensa da taxa Selic e medidas disponíveis de defesa comercial. Graças a Deus, até o momento, pouco reflexo temos sentido no comportamento do mercado consumidor dos principais produtos do Polo Industrial de Manaus, porém, as perspectivas com a continuação da crise são preocupantes.