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É hora de enfrentar a crise

18 DE SETEMBRO DE 2017

 Na nossa vida se um problema é grande ou pequeno, não importa, temos necessariamente de resolvê-lo, nós mesmos, pois sua solução não pode ser transferida a ninguém. Nesta crise, os problemas que vivenciamos e que se refletem na Zona Franca de Manaus e, em particular, no Polo Industrial de Manaus, terão que ser resolvidos por nós, muito embora necessitemos do auxílio de políticas de desenvolvimento governamentais.

Não há descanso nem trégua para defendermos o importante parque industrial instalado em Manaus, que já foi formado por mais de 600 indústrias e 120 mil empregos, mas que hoje, infelizmente, deve contar com cerca de 400 a 450 empresas atuantes, com contingente de mão de obra reduzido a 85 mil empregos.

Problemas como fluxos de caixa, fraca gestão administrativa e financeira, concentração de business em um só cliente e alta taxa de mortalidade de empresas, independem das condições da economia. São problemas mais ligados à má gestão do negócio. Muitas vezes, o empreendedor não ficou atento aos sinais dados pelo mercado e trilhou um caminho imprudente, cujos resultados negativos mais cedo ou mais tarde fatalmente aparecem. Entretanto, todos esses problemas de gestão se agravam em momentos de crise, é verdade.

Para muitos é o momento menos propício para empreender, ampliar ou diversificar seu tipo de negócio. Para outros, é a oportunidade impar para sair na frente com condições de viabilidade. Diversificações da produção industrial, desenvolvendo setores como a indústria naval, farmacêutica, fitoterápica, cosmética e outras, são opções de investimentos que, em momentos de crise, dinamizam o mercado com condições de maior estabilidade econômica, diminuindo os sobressaltos provocados pelos reflexos econômicos e financeiros negativos que, vez por outra, causam abalos consideráveis repercutindo seus efeitos no dia a dia.

Devemos lutar pelo progresso da nossa indústria que mantém praticamente intocável o ecossistema amazônico, razão da nossa defesa para manter essa política que atrai investimentos produtivos e viabiliza a prática de tecnologias complexas, superando problemas representados pelos custos adicionais na forma de juros, infraestrutura de transporte etc., e abre oportunidades com empreendimentos que contribuem para o desenvolvimento sustentável desta importante região, cuja preservação ambiental deve ser mantida.

São questões que devem ser enfrentadas de frente por nós mesmos, não esperando pela boa vontade de quem quer que seja. Está provado que o Amazonas não é um peso para o Brasil, ao contrário, auxilia na geração de empregos em todo o país ao demandar grande volume de componentes industriais de outros estados, contribuindo ainda para o equilíbrio climático do mundo ao conservar e manter sua cobertura florestal. É chegada a hora de unidos fazermos uma investida forte na divulgação das nossas vocações e potencialidades, atraindo investimentos que ajudem a nos libertar da extrema dependência dos incentivos fiscais.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM

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