13 DE FEVEREIRO DE 2011
Necessitamos criar condições favoráveis para consolidar os avanços da indústria nacional, compatibilizando estratégias de longo prazo com as ações de curto prazo, em favor de uma maior agregação de valor, diversificação da produção e integração ao mercado global. Para isso, é imperioso reavaliar o tripé macroeconômico nacional: política cambial, meta de inflação e meta fiscal. A valorização do real é o principal problema. Mesmo favorecendo o controle da inflação, facilitando o acesso a insumos importados mais baratos e viabilizando a absorção de poupança externa, representa ameaça ao crescimento industrial.
O descompasso entre o crescimento do consumo e a produção industrial fez com que o Governo adotasse medidas para conter a inflação que ameaça descontrole. Entre elas veio a alta dos juros que exerce maior pressão sobre o câmbio e aumenta as dificuldades de competição dos produtos brasileiros, em relação a outros mercados.
O grande calcanhar de Aquiles da nossa indústria é a competitividade, que limita o nosso crescimento industrial, por isso, será preciso todo o cuidado para calibrar essas estratégias e ações indispensáveis ao nosso crescimento.
Felizmente já tivemos um resultado melhor da inflação em fevereiro deste ano, que apresentou uma variação do IPCA inferior a janeiro, ficando em 0,80% e totalizando no acumulado do ano 1,64%, quando em igual período do ano passado totalizou 1,54%. O arrefecimento da elevação inflacionária é uma resposta às medidas adotadas, entretanto, para que se firme essa tendência de queda, será necessário que os resultados dos investimentos privados na produção comecem a aparecer, aumentando a oferta de produtos, mesmo porque a demanda continua aquecida, embora cresça em menor escala percentual.
No ano de 2010 tivemos o PIB excepcional de 7,5%, superando os grandes da economia mundial, como Noruega, México, Japão, Rússia, Alemanha, Estados Unidos e outros, o que, parece, não deverá se repetir este ano em que se estima algo em torno de 4,5%.
Ano passado ficamos atrás apenas de China e Índia, entretanto, conforme pesquisas apontam, tivemos maior desenvolvimento do padrão de vida. No Brasil os padrões médios de vida cresceram mais do que o PIB, enquanto que na China e Índia cresceram menos.
O PIB per capita do Brasil alcançou US$10,1 mil contra US$6,6 mil na China e US$3,1 mil na Índia. A força do nosso mercado consumidor responde pela maior parte do crescimento do PIB em 2010. É nesse mercado que estão as nossas expectativas de crescimento, este ano, da produção e do faturamento do Polo Industrial de Manaus.