28 DE FEVEREIRO DE 2010
Retornamos aos patamares econômicos de antes da crise mundial. Passado o período de turbulência mais forte, o Governo Federal e Estadual dão mostras de que não pretendem continuar prorrogando os estímulos fiscais extras concedidos no ano de 2009 para aquecer o mercado, no combate aos efeitos da crise.
Justificam ser este o momento adequado para retirar os estímulos, em razão do aquecimento do mercado provocado pelo aumento do consumo público e privado, redução dos juros e retomada dos investimentos.
Os índices econômicos prenunciam crescimento acelerado da economia e o Governo receia que venha acompanhado do aumento da inflação.
O temor dos empresários é que essa combinação de variáveis e mais o evento das eleições em outubro redundem em aumento da taxa de juros justificada por um eventual desequilíbrio de preços.
Na opinião da grande maioria dos empresários, o Brasil suportaria facilmente crescimento de 6% sem descumprir a meta oficial de inflação de 4,5% em 2010.
Mantendo-se a taxa de juros nos atuais 8,75% ao ano, teríamos uma reação positiva da indústria e do comércio, com reabilitação dos investimentos, o que vem acontecendo desde o final do ano passado. O possível aumento do índice inflacionário, que poderá ocorrer ao final do primeiro trimestre, é provocado por aumentos de preços sazonais que, por certo, não devem persistir a partir de março.
Postergados em 2009, os investimentos estão sendo incrementados no início deste ano, estimulados principalmente pelo aumento do consumo das famílias e geração de empregos em alta, o que implica o aumento da renda e desenvolvimento econômico.
Além do mais, as empresas possuem ainda condições de aumentar a oferta de produtos, por meio da adoção de turnos complementares de trabalho, o que não vinha acontecendo em 2009, com a redução da demanda internacional, haja vista à queda das exportações. O mercado externo continua fraco, por isso, acredita-se que a capacidade de oferta das empresas poderá atender as necessidades de consumo do mercado interno, sem haver pressão da demanda.
Aqui no Amazonas, a tendência é de um ano promissor, haja vista o retorno da Samsung na fabricação de celulares e a aprovação de vários projetos na última reunião do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam), assim como no Conselho de Administração da Suframa (CAS) e também em razão do aquecimento da demanda interna. Entretanto, não devemos descuidar das ações necessárias para eliminar os gargalos que nos impedem de alcançar condições melhores de competitividade.
Continuaremos com a necessidade de criar e incentivar ações por parte do governo e do setor privado, em investimentos de infraestrutura, logística de transporte, educação e saúde, disponibilizando cursos profissionalizantes para a qualificação e especialização da mão de obra local que o PIM exige.
O progresso só se concretiza com a conjunção de quatro fatores essenciais: infraestrutura logística, educação, saúde e segurança.