Manaus, 26 de fevereiro de 2019
Há 40 anos o saudoso Antônio Velloso e Waldir Frazão, ambos à época funcionários do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/Amazonas), deram início a um projeto inovador de inestimável valor e comprovada importância para a população ribeirinha da Amazônia, chamado Barco-Escola Samaúma. A ideia nasceu de uma proposta do prefeito de Parintins para criação naquele município de uma escola profissionalizante ao estilo das existentes em Manaus, que desse acesso à aprendizagem profissional de qualidade.
Consta que havia também um pedido da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) para que o SENAI implantasse em cada município do interior escolas profissionalizantes. As propostas foram descartadas, tendo em vista as poucas oportunidades de trabalho em cada localidade do interior e a baixa demanda por serviços, não compensando os investimentos necessários.
Então nasceu a ideia de se criar uma escola profissionalizante itinerante que atendesse as necessidades de qualificação profissional no interior. Em 17 de fevereiro de 1979, deu-se a inauguração do primeiro Barco-Escola Samaúma, que em 20 de junho do mesmo ano fez sua primeira viagem ao município de Tefé, a 575 quilômetros de Manaus.
Em fevereiro de 2014, o Sistema FIEAM inaugurou o segundo Barco-Escola do SENAI, o Samaúma II que, em 11 de dezembro do mesmo ano, realizou também sua primeira viagem a Tefé. O Programa Barco-Escola Samaúma faz parte das ações de responsabilidade social do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), mas se transformou num patrimônio de toda a região Norte, atendendo 46 municípios do Amazonas, 8 do Pará, 5 do Amapá, 2 do Acre, 1 de Roraima e 1 de Rondônia, totalizando 65 municípios em toda a Amazônia, atendidos pelos barcos-escola, que qualificaram nesses 40 anos 60 mil pessoas.
O segundo barco-escola é maior e mais moderno que o primeiro, com importantes atualizações tecnológicas que primam pelo conceito ecológico de não agressão ao meio ambiente, projetado para fazer o tratamento e aproveitamento de toda a água utilizada na embarcação inclusive a pluvial, assim como a reciclagem de resíduos sólidos gerados nas aulas.
Esse barco possui placas fotovoltaicas que fornecem 20% da energia consumida. O nome Samaúma, tal como a exuberante árvore amazônica, é perfeito para simbolizar um barco que dissemina o conhecimento e a conquista da cidadania nas localidades mais remotas da Amazônia, onde muitas vezes o acesso só é possível via rios e igarapés.
Portanto, parabéns a todos que participam ou participaram desse projeto de real inclusão social e qualificação profissional, criado há 40 anos. Destaco nesse espaço nossa satisfação em receber a visita ilustre do superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), coronel Alfredo Menezes, na 2ª reunião do ano da Diretoria da FIEAM. Nossos sinceros votos de êxito em sua missão de resgatar o protagonismo da Suframa no desenvolvimento da região da Amazônia Ocidental.